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sábado, 25 de fevereiro de 2017

A VERDADE SOBRE O DÍZIMO

A VERDADE SOBRE O DÍZIMO


(título original: The Truth About Tithing - F.A.C.T. vs. F.I.C.T.I.O.N.) 




A verdade sobre o dízimo – FATOS versus FICÇÃO


O Dadivar embasado na Fé da Aliança Abraâmica versus
CONDENAÇÃO INDUZIDA PELO MEDO, O QUE É OPRESSIVO E NEGATIVO.


         Uma nota pessoal:

         Escrevi este artigo porque, durante anos, tenho visto as doutrinas ao redor do assunto do dinheiro, numa indução consideravelmente perversa.  Pouco antes de escrever isto, ouvi um ministro dizer: “O segredo do verdadeiro poder sobre o diabo é o dízimo” e “O segredo de uma contínua relação com Deus é o dízimo.” O que achei por demais preocupante é que numa igreja com umas 200 pessoas, ninguém hesitava nem parecia reconhecer que o legítimo Evangelho de Cristo estava sendo comprometido.
         Peguem suas Bíblias, abandonem suas opiniões e vejamos o que ela REALMENTE diz sobre este assunto.



1.- O dízimo antes da lei não era rotineiro, e [era] voluntário.

         Os dois exemplos do dízimo antes da lei (em Gênesis) foram eventos únicos, VOLUNTÁRIOS e envolvendo mais do que dinheiro. O exemplo de Abraão foi do dízimo entregue uma vez apenas, dos despojos de uma guerra (Hebreus 7:2; Gênesis 14:20). Visto como Abraão havia feito um voto de não tomar pessoalmente qualquer despojo dessa guerra, (Gênesis 14:22-24), aparentemente ele dizimou o que pertencia aos outros ou o que poderia em breve lhes pertencer. Nada existe na Escritura dizendo que Abraão tenha dado o dízimo de sua própria renda ou riqueza, em tempo algum.
         Abraaão recebeu uma bênção e em seguida deu o dízimo, e aparentemente fez isto por um costume da sociedade, sem qualquer mandamento divino para fazê-lo. (Gênesis 14 e Hebreus 7:1).
         O exemplo único de Jacó [dizimar] foi prometido SE Deus fizesse algo, e a Escritura não esclarece se Jacó de fato o cumpriu (Gênesis 28:22).
         De qualquer maneira, estes dois exemplos esclarecem que o dízimo antes da lei não era obrigatório, mas voluntário. Visto como a Escritura, antes da lei, só registra incidentes onde o dízimo foi dado uma única vez na vida, fica claro que ele não era uma prática rotineira... Também, tendo em vista que Jacó prometeu dizimar o que ele já havia ganho e possuía (quer dizer, possuía totalmente, depois de pagar todos os custos e débitos associados, que não foi tomado emprestado ou falta pagar uma parte dele, nem que serve de penhor, nem que está hipotecado ou sob qualquer tipo de reserva de domínio), entende-se que ele pretendia dizimar sobre os seus lucros. Isso é importante, e discutiremos mais tarde sobre os lucros. Os que procuram tornar o dízimo estritamente baseado em dinheiro, obrigatório e rotineiro, afirmando ter ele existido "antes da lei", não estão ensinando como ele realmente foi dado, “antes da lei”.  Notem ainda as seguintes escrituras  mostrando a natureza voluntária de como se ofertava antes da lei (Êxodo 35:5, 21,22,24, 29).
      “Tomai do que tendes, uma oferta para o SENHOR; cada um, cujo coração é voluntariamente disposto, a trará por oferta alçada ao SENHOR: ouro, prata e cobre,” (Ex 35:5 ACF)
      “21 E veio todo o homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente o excitou, e trouxeram a oferta alçada ao SENHOR para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para as vestes santas. 22 Assim vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração; trouxeram fivelas, e pendentes, e anéis, e braceletes, todos os objetos de ouro; e todo o homem fazia oferta de ouro ao SENHOR;” (Ex 35:21-22 ACF)
      “Todo aquele que fazia oferta alçada de prata ou de metal, a trazia por oferta alçada ao SENHOR; e todo aquele que possuía madeira de acácia, a trazia para toda a obra do serviço.” (Ex 35:24 ACF)
      “Todo homem e mulher, cujo coração voluntariamente se moveu a trazer alguma coisa para toda a obra que o SENHOR ordenara se fizesse pela mão de Moisés; assim os filhos de Israel trouxeram por oferta voluntária ao SENHOR.” (Ex 35:29 ACF)
         Alguns mestres que ensinam a obrigação de dizimar usam as escrituras que declaram que se TRAGA, em vez de DAR o dízimo, a fim de provar que este é obrigatório. Como veremos a seguir, o dízimo na lei era obrigatório, enquanto as escrituras que mencionam o dízimo ANTES DA LEI dizem que este era DADO. (Ver também a parte 16 - "Alguns Pensamentos Sobre Melquisedeque" para futura discussão sobre o dízimo antes da lei).



2. - O dízimo não era em dinheiro nem baseado no ganho, mas baseado na TERRA.

         Se dois fazendeiros fizessem a colheita de dez cenouras, cada um, ambos seriam obrigados a dizimar uma cenoura. Sob o sistema agrário do dízimo, não importava se um deles vendesse as nove cenouras restantes por cinco e o outro por 10 dólares. O dízimo da colheita não se relacionava ao ganho [mas à TERRA]. O dinheiro era raramente uma coisa dizimada na Bíblia, se é que jamais o foi (Neemias 13:10-13).  Para ser realmente bíblico, o dizimo NÃO era baseado no ganho ou no dinheiro, DE MODO ALGUM! [Deuteronômio 14:22-23; 18:1-5; 26:12; Neemias 10:38-39; 12:44; Levítico 27:30-33; Josué 13:14]. O dízimo antes da lei era voluntário e baseado no lucro; o dízimo na lei era obrigatório e baseado na PRODUÇÃO (agrária). Os meios agrários (da terra) e o dízimo agrário eram baseados no que se conseguia PRODUZIR na terra, em plantações e animais. Deus ordenava que as pessoas trouxessem 1/10 da produção da terra, ANTES de vendê-las. Então o dízimo não era baseado no ganho da colheita. De fato, era contra a lei vender o dízimo. Era obrigação levar o PRODUTO e não aquilo que dele resultasse (Levítico 27:28). Existem muitas referências para dizimar o “excedente” (Por exemplo, Deuteronômio 14:22, usando “tbuw’ah”), o que significa literalmente fruto ou produto e, nos versos sobre dizimar, COMER o dízimo é sempre mencionado. Notem em Neemias 13:10 que os levitas iam para o CAMPO a fim de repor os dízimos em falta. Durante o tempo da lei agrária a troca e substituição de produtos do dízimo era comum, mas também havia SISTEMAS MONETÁRIOS em vigor (Gênesis 23:15-16 e 42:25; Jeremias32:9-11; Deuteronômio 14:25 e Malaquias 3:5). Mesmo assim, permanecia o dízimo agrário (baseado na terra).

         Conforme o Dicionário Douglas/Teney da Bíblia NIV [a tradutora e o site solascriptura-tt repudiam esta Bíblia], Levítico 27:31 deixa claro que uma penalidade de 20% sobre o dízimo era cobrada de alguém que redimisse o seu dízimo, e isto repudia o uso de dinheiro como um pagamento [substituto] [do dízimo] . Novamente, isso mostra que [o dízimo] não era baseado no ganho [bruto] nem no dinheiro.

         Deus deu por herança aos levitas os dízimos de Israel, em vez da terra (Josué 13:14; Deuteronômio 10:6-9; 18:1-5, Números 18:21-24). Os levitas davam os dízimos [dos seus dízimos] e ofertas aos sacerdotes (Neemias 10:38, Números 18), mas, aparentemente, os levitas não precisavam dizimar o ganho [bruto] da venda de propriedades herdadas (Deuteronômio 18:6-8). Os levitas e sacerdotes dependiam dos dízimos para COMER. A casa de Deus era um ARMAZÉM e PONTO DE DISTRIBUIÇÃO para os sacrifícios, levitas, sacerdotes e os necessitados “Trazei todos os dízimos à CASA DO TESOURO, para que haja MANTIMENTO na Minha Casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes”  (Malaquias 3:10). ([Ver também] Neemias 13:10-13; 1 Samuel 8:15, 17; 2 Crônicas 31:11; Deuteronômio 12:6-7; 17-19; 14:22-23). Na lei, houve [somente] uma exceção para se converter o dízimo em dinheiro. Segundo muitos eruditos, tal exceção foi mais tarde abolida. Deuteronômio 14:24-27 mostra essa antiga exceção, provando que sistemas financeiros estavam em vigor, sem que o dizimo fosse baseado em dinheiro. Nessa antiga exceção, poder-se-ia vender o dízimo [da produção da terra] em circunstâncias específicas, para se gastar o dinheiro no que se desejasse, contanto que isso fosse compartilhado com o levita local. Esses versos também deixam claro que “se a distância fosse longa demais para CARREGAR O SEU DÍZIMO”, provando que o dízimo NÃO era baseado em dinheiro. O Novo Testamento mostra os fariseus dizimando não sobre o lucro ou dinheiro, mas sobre o que eles POSSUÍAM E CULTIVAVAM (Lucas 18:12; Mateus 23:23), mostrando que o dízimo era [baseado nos] LUCRO e PRODUÇÃO AGRÁRIA.



3. - O ato de dizimar SEMPRE foi feito para honrar a Deus. NUNCA foi feito para se conseguir alguma coisa de volta nem para ser equivalente a uma loteria cristã.

         Nenhuma das palavras inglesas “sacrifice”, “offering” ou “gift” corresponde às palavras bíblicas korban, corban ou quorban.  (Ver a palavra “gift” em Marcos 7:11), sendo estas derivadas de um verbo que de um modo significa “estar perto” e do outro, “trazer para perto”. No primeiro caso, ele se refere às próprias ofertas e no outro, aos ofertantes, como sendo estes trazidos para perto de Deus. Hoje em dia, a mentalidade de “dar para receber” é vergonhosamente pregada, enquanto dar para honrar a Deus, ou ficar mais perto de Deus, é mencionada apenas como formalidade.

         Viver com débitos foi biblicamente reprovado e a usura tornou-se ilegal entre os judeus. O cancelamento de dívidas cada sete anos e o Ano do Jubileu cada cinqüenta  anos, os quais eram LEI, já não se encontram mais em efeito (Deuteronômio 15 e Levítico 25) [hoje em dia]. Toda a Lei ou nada dela! [o autor deve estar querendo dizer que ou toda a lei sobre propriedade e dívidas e dízimos deve ser tomada, ou nada dela deve ser tomada.] No mundo hodierno, usar dinheiro para "pagar os dízimos a fim de sair das dívidas” e, com tal pagamento de dízimos, ficar devendo a alguém por serviços ou produtos já recebidos ou contratados e NÃO pagá-los imediata e apropriadamente, ou ter que tirar empréstimos pagando altos juros, é terrivelmente tolo, enganoso e não escriturístico. Isso equivale a uma loteria ”cristã” e aos cristãos imbuídos do “espírito de jogatina”.

         Vejo que estamos numa cultura de débitos e não estou dizendo que os cristãos devem estar 100% isentos de dívidas, ANTES de ofertar qualquer dinheiro [para a obra de Deus]. Estou falando da OBRIGAÇÃO (lei) de contribuir [para a obra de Deus], quando as pessoas estão fazendo essas contribuições somente por obrigação, por medo ou por motivação inapropriada, em vez de honrar suas responsabilidades legais, resultando isso em dar desproporcionalmente e entrar em mais débitos. Os pregadores de hoje raramente condenam o contribuir [para a obra de Deus] através de entrar em débito, e, vergonhosamente, até encorajam isso, chamando-o de um ato de fé. Infelizmente, a realidade é que muitas vezes o contribuir através de entrar ou se manter em débito é uma forma de jogo cristão, um jogo de dados, um ato de desespero por parte de alguém que já está sobrecarregado de dívidas.

         Referindo-se à oferta da viúva, o mesmo Cristo que observou ser sacrificial a abundância em dar, disse em outra parte para sermos financeiramente responsáveis. Ele denunciou a prática de dar a Deus, enquanto se ignoram as responsabilidades (Marcos 12:41-44; 7:10-13; Mateus 22:21; 17:25-27). Romanos 13:7-8 diz: “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.”

           Nos dias de hoje, quando você não está em condições de dar [seu dízimo e ofertas adicionais], logo lhe dirão para usar o seu cartão de crédito ou assumir um compromisso [assinar notas promissórias, etc.] de dar [o que contraria totalmente o mandamento supra citado]. Onde, por acaso, já foi uma dívida encorajada na Bíblia? Ela fala de pessoas dando aquilo que possuíam e NÃO daquilo que seria através de empréstimos e pagamento de juros [nem de deixar de pagar suas obrigações]. Escutei, recentemente, numa TV cristã, que alguém deveria entregar o montante de sua dívida ao Senhor e que esse alguém iria receber uma resultante bênção divina para liquidar essa dívida. Isso não passa de um jogo “cristão” antibíblico.



4 - A lei do dízimo era baseada num sistema agrário (terra), dentro de um governo teocrático e uma sociedade agrícola.

         A terra era propriedade oficial do Senhor, "concedida para ser usada” pela igreja [a tradutora e o site solascriptura-tt corrigem este termo para Israel], com os levitas recebendo os dízimos de Israel, em lugar [do uso] da terra (Levítico 25:23-24). Tal sistema já não existe, daí por que muitos judeus já não dizimam. Poderia existir o argumento de que uma forma de sistema agrário ainda existe com o governo substituindo a igreja. Hoje, o governo é “proprietário” da terra e a explora através de impostos e taxas. Todos pagam esse “dízimo”, direta ou  indiretamente ao governo, através de IPTUs, aluguéis, impostos comerciais [ICMS, IPI, etc.] e impostos agrícolas.

         O tempo do dízimo obrigatório corresponde ao princípio da organização do governo do estado teocrático judaico, através da Lei de Moisés, da exploração agrícola da terra pelo estado teocrático de Israel, do sacerdócio levítico e do primeiro Templo judaico a Tenda do Encontro [com Deus]. Seja feita uma distinção importante de que numa teocracia a igreja É o governo, com todas as responsabilidades de governo. Hoje a igreja já não explora a terra; não responde pelo sistema judicial, legislativo e governamental; não mantém nem dirige as forças armadas, nem a força policial; não cuida  dos impostos, da distribuição dos recursos públicos, dos serviços de saúde, do bem estar social, das  aposentadorias, nem de outras responsabilidades governamentais. O governo teocrático judaico fazia tudo isso, e muito mais, sob a Lei. Nos USA [e no Brasil, e em todos os países ocidentais], a igreja e o estado são SEPARADOS e muito mais de 10% são pagos em impostos, pela substancial maioria dos americanos [e brasileiros], às funções governamentais e já não mais à igreja. De vinte e cinco até trinta por cento das taxas americanas [e brasileiras] vão para uma variedade de causas, enquanto que muitas, se não a maioria, são manuseadas pela igreja, num governo teocrático. Hoje em dia, as deduções de pagamentos e outras taxas até ajudam na isenção de impostos, diminuindo  os lucros, inclusive as doações feitas às igrejas.

         Samuel advertiu o povo de Deus no sentido de que se este abandonasse a forma de governo teocrático, os dízimos seriam cobrados do povo, levando-o a protestar em razão das exigências governamentais (1 Samuel 8:2-22). A história está repleta de exemplos de excessivas exigências governamentais e a maioria dos americanos [e brasileiros] já é triplamente "dizimada” em seus impostos pelas funções do governo, que teriam sido antes manuseadas pela igreja, numa teocracia.



5 - Sob o sistema agrário de dizimar, o estado teocrático de Israel tinha encargos com relação a manusear e distribuir os dízimos. Tais encargos já não se encontram em efeito.

         O estado teocrático, sob a lei agrária de dizimar, tinha responsabilidades específicas sociais e comunitárias por causa da lei, tais como: usar uma porcentagem  para ajudar os pobres (Deuteronômio 14:28-29; 2 Crônicas 31:14-15; Neemias 13:12-13). Em alguns casos, o estado teocrático dava também pensões a certos membros (2 Crônicas 31:16-18). O uso comunitário e a distribuição era para os  levitas, sacerdotes, estrangeiros, peregrinos, órfãos e viúvas (Deuteronômio 26:12 e 14:29). Não existem mais esses encargos para a distribuição comunitária do dízimo, na igreja de hoje. Cada igreja cristã que tenho visto ensinando o que é incorretamente chamado “dízimo bíblico”como lei, não está praticando realmente o dízimo, conforme os pactos exigidos (Deuteronômio 26:12-15), responsabilidades comunitárias e distribuição de recursos pela igreja, conforme evidenciado no Livro de Atos. Na igreja do Novo testamento, as pessoas vendiam o que possuíam e entregavam o resultado à igreja, para que ninguém ficasse em falta (Atos 4:34-35). Convém notar que, sob a lei, as responsabilidades comunitárias eram encargos obrigatórios, enquanto as doações do Novo Testamento eram VOLUNTÁRIAS e o dízimo jamais foi mencionado (Atos 4:34-35 e 5:4). Pedro falou para Ananias: “Guardando-a não ficava para TI? E, vendida, não estava em teu poder?” Ele jamais falou: “Você era obrigado a trazer o dízimo dessa venda”.  Paulo também encorajou o sistema de distribuição de recursos, na 2 Coríntios 8:13-15 e em Romanos 12:13. O propósito do Velho e do Novo Testamentos  em relação à riqueza não era ficar rico ou impressionar as pessoas, mas realizar a obra de Deus e compartilhar as necessidades (Deuteronômio 15, Levítico 25, Mateus 19:21 e Efésios 4:28).

          Hoje em dia, um sistema de distribuição de recursos, conforme a igreja primitiva do Novo Testamento, seria impossível e teria uma aparência de seita. Contudo, o princípio de usar o supérfluo de alguém para suprir as necessidades de outrem permanece claro através do Novo Testamento. Hoje em dia, muitas pessoas dão o “dízimo” a um povo rico e bem sucedido, com pouca ou nenhuma consideração pelos realmente necessitados. O objetivo de dar tem se tornado o de receber, em vez de distribuir os recursos aos carentes e a outros. Cristo ensinou ao jovem rico que vendesse suas possessões e desse esmolas aos pobres (Lucas 12:33). Deus ficou impressionado porque Salomão não Lhe pediu riqueza como prioridade de sua vida (2 Crônicas 1:7-12).



6 – O Dízimo, segundo se ensina hoje, foi modificado e já NÃO corresponde ao dízimo bíblico.

         Deus destinou os dízimos aos levitas em recompensa pelos seus serviços e por não terem recebido a herança pessoal da terra. Os levitas davam aos sacerdotes o dízimo dos dízimos que recebiam. O Cristianismo não tem um sistema agrícola nem levitas, e cada cristão agora é um sacerdote, é o templo e um co-trabalhador com Cristo (2 Pedro 2:5-9; Apocalipse 1:6; 5:10. 20:6).

         De cada judeu era exigido, pela Lei Levítica, que fossem pagos três dízimos [dos lucros] de sua propriedade:
1. - Um dízimo para os levitas;
2. - Um dízimo para uso do Templo e para as grandes festas; e
3. - Um dízimo para os pobres da terra.  [Números 18, Deuteronômio 14]

         Em vista do acima exposto, é claro que qualquer igreja que exigisse o dízimo deveria estar gastando PELO MENOS UM TERÇO de sua entrada com os pobres, visto como essa era a exigência sob a lei do dízimo obrigatório. Será que existe alguma igreja que se aproxime disso? Não conheço uma sequer! Contudo, não é incomum o fato de alguns ministros [eu diria muitos] chamarem seus paroquianos de ladrões, quando estes não entregam o dízimo. Toda a Lei ou nada dela! [o autor deve estar querendo dizer que ou toda a lei sobre propriedade e dívidas e dízimos deve ser tomada, ou nada dela deve ser tomada.]

        Os dois únicos exemplo de dízimos antes da lei, em Gênesis, foram voluntários, não rotineiros e baseados no lucro. A lei bíblica de dizimar era na base agrária (da terra). Nenhum desses dízimos era dado em dinheiro, conforme geralmente se ensina hoje. As pessoas não deveriam estar “criativamente inventando” uma doutrina ensinando que o dízimo bíblico é dar 10% da renda bruta ou líquida, apanhando e escolhendo qual a parte da lei que elas devem seguir, determinando quantias ou misturando a lei com a graça. A Bíblia é clara sobre o que era o dízimo, antes e durante a vigência da Lei e como deve ser manipulado. Um dízimo corresponde a 1/10... Mas 1/10 sobre o que e... como? Se alguém quer ensinar que o dízimo é 1/10 da renda bruta ou líquida, que NÃO  chame isso de dízimo bíblico. E caso seja esse o SEU plano, tenha muito cuidado para NÃO colocar pedras de tropeço no caminho das pessoas, pressupondo que o seu plano é a Lei de Deus, resultando em castigo, caso não seja obedecido.

         O dízimo NÃO PODE ser praticado conforme o foi nos tempos bíblicos, porque a lei do sistema agrário, dos sacrifícios, do cancelamento de dívidas, do Ano do Jubileu e outros fatos inter-relacionados foram todos abolidos. Além disso, as igrejas não têm lei alguma substituindo-os, para exigir as responsabilidades comunitárias da distribuição de recursos, conforme o dizimar na  lei agrária. Nesse caso, seria melhor deixar inteiramente de lado a palavra “dizimar”, nesta Era da Graça, a fim de evitar a mistura da Lei com a Graça, como tem sido tão comum hoje em dia.

         Contudo, isso deve ser difícil em razão da “dizimomania” que tem varrido a terra. Muitos vão acreditar que um “plano de dar” vai assistir, contribuir e ajudar as pessoas a decidir o que é apropriado a dar, o que será brevemente discutido.



7 - Controle, ambição ou completa ignorância constituem a motivação por trás de muitas das mensagens atuais sobre o dízimo obrigatório.

         O Novo testamento é claro neste ponto; somos comandados a dar. Para sermos abençoados devemos dar generosa, alegre e voluntariamente, não por necessidade, mas conforme nossas posses, em espírito de fé, amor e retidão. O Novo Testamento NÃO estabelece claramente, de modo algum, quantia ou porcentagem.  Paulo NÃO diz para darmos conforme uma porcentagem, mesmo estando a par do ato de dizimar (1 Coríntios 16:2) [Paulo ordenava que se fizessem as coletas antes dele chegar, o que demonstra a sua  preocupação de jamais induzir - com a sua presença - os crentes a darem essas ofertas]. Várias vezes Paulo compara o dar voluntariamente com dar fruto e com ofertas queimadas (o seu uso da terminologia do VT (fruto e ofertas queimadas), sem mencionar o dízimo, NÃO poderia ter sido um lapso, em razão de sua ascendência judaica (Filipenses 4:17-18; Romanos 15:26-28). A Bíblia ensina a dar, conforme o Senhor nos tem feito prosperar e conforme nossa capacidade e posses (2 Coríntios 8:11; 9:5-13 e Atos 11:29). A palavra “meios” tem o significado grego de possessão e propriedade. Isso quer dizer que você está dando o que é totalmente seu e não o que se baseia de crediários ou juros.

         O Dadivar embasado na Fé da Aliança Abraâmica [em inglês: F.A.C.T. - Faith-based Abrahamic Covenant Tithing] -  já resumidamente discutido, pode ser ensinado como uma prática voluntária embasada na fé e na graça, evitando, contudo,  toda controvérsia sobre a mutilada doutrina do dizimar hoje ensinada. Por que não se ensina  o dizimar dessa maneira? É por causa do controle [desejo de controlar as pessoas], da ambição e, algumas vezes, da ignorância. A ignorância corre livre, e é mais fácil e rendoso controlar as pessoas através do sentimento de culpa e obrigação. Chamar os não dizimistas de ladrões, ou pregar o dízimo junto com a condenação, com a obrigação e com o medo, com relação a específicas quantias dadas, sem o conhecimento do sacrifício, da fé e dos compromissos (que serão discutidos mais tarde), e a intenção que moveu o doador, é o mesmo que pregar a lei. É também uma pedra de tropeço, não é escriturístico, sendo, portanto, um  pecado. [Pagar] uma CONTA obrigatória [e sendo cobrada com pressão] não pode ser “dar” e “Tudo que não é de fé é PECADO”, portanto, vamos acabar com a F.I.C.T.I.O.N. (Fear Induced Condemnation That Is Oppressive & Negative, traduzido como Condenação Induzida pelo Medo, o Que É Opressivo e Negativo). Cristo ensinou que um homem deveria vender tudo que tinha e dar aos pobres (Marcos 10:21), contudo ficou satisfeito quando o outro [Zaqueu] prometeu que daria a metade dos seus bens aos pobres (Lucas 19:1-10), o que mostra claramente que quantias específicas não são importantes para a Deus.

         A história das duas pequenas moedas da viúva torna meridianamente claro que a relação com o dinheiro, a atitude do doador e o  sacrifício é que são importantes. Cristo disse que a viúva havia ofertado MAIS do que os ricos, apesar dos ricos terem ofertado mais (Marcos 12:41-44). Cristo focalizou claramente o sacrifício feito e NÃO as quantias ofertadas. Os mestres do dízimo obrigatório apelam estupidamente para o fato de que uma pessoa rica poderia dizimar sem fazer sacrifício algum, em razão de sua renda. Para um rico fazer o mesmo sacrifício de uma pessoa pobre, quando esta dá 10%, ele teria de dar 90% ou mais de sua renda. A Bíblia está cheia de admoestações contra a opressão aos pobres. A intricada doutrina do dízimo obrigatório, baseada na entrada da renda, nos dias de hoje, é uma coisa que Deus NÃO iria autorizar, visto como oprime os pobres. Lembrem-se que a lei do dízimo obrigatório não era baseada na entrada da renda, conforme ficou claro na seção 2. Cristo ficou impressionado com  o sacrifício feito na oferta e NÃO com as quantias ofertadas. Se uma pessoa rica dá 10% sem sentir sacrifício, o mesmo Cristo, que não se impressionou com as grandes ofertas em Marcos 12:41-44, também não se impressionará com as mesmas  ofertas, hoje.

         Alguns ensinam, ofensiva e desavergonhadamente, o "dizimar" como lei. Muitos usam sutis distorções mentais que chegam a esse ponto: “Não, o dízimo não é obrigatório, mas se você é um filho de Deus, vai querer dar 10% de sua renda” ou então  usam uma técnica semelhante de obrigação e culpa. A outros dizem que  não entreguem o seu dinheiro a alguém em necessidade, mas a “um ministério, onde a unção financeira está fluindo”. É então “sugerido” que sem isso não haverá bênção. Outros ainda têm a desfaçatez de dizer: “Não fui eu quem disse isso, foi Deus”. Um boato aplicado a uma Escritura mal aplicada ou ainda a mal aplicada “maldição de Malaquias”, serão discutidos na seção 10. Outros dizem: “Todo o seu dinheiro pertence a Deus.” Conquanto todas as coisas pertençam a Deus, convém lembrar que Ele também disse: “O trabalhador é digno do seu salário”. E que a Escritura é válida para todos, não somente para os que fazem a obra de Deus. Cristo ensinou que vendêssemos o que temos para dar aos pobres, mostrando a respeito do dinheiro um foco consideravelmente diferente do que demonstram os modernos líderes da prosperidade: “Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. (Lucas 12:33). Enquanto isso, muitos líderes de igreja, hoje em dia, contentam-se em pregar uma mensagem mista, quanto a se o dízimo é ou não é obrigatório [deixando os membros de suas igrejas cada vez mais confusos quanto ao assunto]. Essa F.I.C.T.I.O.N. precisa acabar!

         Alguns chegam ao extremo de ensinar que o dízimo obrigatório é simplesmente uma “janela aberta às bênçãos” e que “dizimar além do dízimo é que produz uma tempestade de bênçãos” [Quem tem medo de tempestades, como eu, continue sendo um crente não dizimista, como eu!]. Com uma média de 30 a 35% de sua renda entregue ao governo, para que este exerça as funções que a igreja não mais exerce, dando mais 10% de dízimos MAIS ofertas, presume-se que os americanos doem no mínimo 50% de sua renda bruta, conforme a pregação dos mestres do dízimo obrigatório. [No Brasil os impostos do governo já atingem uma faixa de quase 50%. Nesse caso, o brasileiro que entrega o dízimo retém apenas 40% do que ele recebe de renda bruta... Então é o caso de indagar: Deus deseja ver os Seus filhos passando necessidade, enquanto os líderes malaquianos se locupletam de bens?]

            O antigo ditado: “Deus não se deixa vencer em generosidade”! é realmente correto. JAMAIS poderíamos dar mais do que Deus nos dá. Contudo, levar as pessoas a crer que elas podem dar indiscriminadamente o seu dinheiro para terem suas necessidades miraculosamente supridas, é infantil e, de modo algum, tem respaldo nas Escrituras. Deus deixa bem claro que devemos ser responsáveis e auto-sustentáveis, sem dependermos dos outros. Isso não quer dizer que Ele não abençoe o ato de dar com sacrifício. ELE O FAZ. Refiro-me ao dar sem responsabilidade, ao dar indiscriminado, manipulado ou impropriamente motivado e coagido.

         Certo ministro declarou: “Não vamos permitir que façam trabalho na  igreja pessoas que não sejam dizimistas fiéis!”  Este é um édito FEITO PELO HOMEM e DE MODO ALGUM é espiritual. Será que Paulo alguma vez exigiu dinheiro para alguém servir às igrejas? Será que o Novo Testamento tornou o dízimo obrigatório para o exercício de QUALQUER cargo nas igrejas? [Imaginem Paulo recomendando: Timóteo, antes do Apolo servir à igreja tal, veja se ele é um dizimista fiel!]. Primeiro, esses ministros parecem ignorar que para os crentes que escolhem o modo bíblico de dizimar, conforme este documento, TUDO deveria ser dizimado ao Senhor: os dons, os talentos, as posses, o tempo, etc. Contudo, duvido que esses ministros tenham  se preocupado em indagar a qualquer uma dessas pessoas do corpo de Cristo, sobre as suas carências.  Parece que a sua única preocupação é com o que estas estariam dando em dinheiro ao templo... Os hebreus sob a lei agrária eram obrigados a declarar, honestamente, que haviam dado o dízimo “aos levitas, aos estrangeiros, aos peregrinos, aos órfãos e às viúvas” (Deuteronômio 26:134-15). [No contexto atual, o crente que reside num  prédio de classe média baixa (ou pobre), em vez de dar o dízimo, deveria ajudar os vizinhos mais pobres, uma vez que Paulo diz em Gálatas 5:14: “toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. ]

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            Será que os defensores do dízimo obrigatório, levam em conta o dinheiro de origem duvidosa, da negligência nos pagamentos, dos compromissos de dizimar, com o crente contraindo dívidas para  isso? Todas essas considerações são bíblicas e poderão acarretar a REJEIÇÃO divina ao dízimo. Não consigo me lembrar de ter uma única vez escutado qualquer mensagem sobre essas considerações bíblicas. A verdade é que muitos ministros do dízimo obrigatório não se importariam com a origem “corrupta” do mesmo, contanto que  o recebam... Contudo, Deus fica muito mais satisfeito com uma vida HONESTA E RESPONSÁVEL do que com aquele crente que dá, movido pelo temor e deslumbrado com as grandes igrejas!

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         A lei de dar por obrigação era em geral flexível. Existem muitos exemplos bíblicos com relação ao dar obrigatório, dizendo por exemplo: “Quem não tiver um touro, pode dar uma pomba; se não tiver uma pomba, que dê uma taça de farinha, etc.”  Pelo visto, a lei tinha muito maior consideração às realidades da vida do que muitos pregadores atuais da prosperidade (Ver Levítico 12:6).

         Imaginem a situação de duas pessoas vivendo separadamente, cada uma ganhando 400 dólares por semana. Uma delas não tem despesa alguma para viver, enquanto a outra tem dois paralíticos em casa para serem cuidados. Imaginem outra situação em que duas pessoas ganham 500 dólares por semana. Uma delas mora com os pais, sem pagar aluguel, enquanto a outra mora num apartamento alugado, com três filhos para criar, com um dos filhos deficiente, sem plano de saúde...  Pois o dízimo obrigatório ordena que TODAS essas pessoas dêem exatamente o mesmo, a fim de não serem amaldiçoadas! [Será que Deus aprovaria isso?] Isso é um absurdo! As despesas de nossa vida devem ser responsavelmente manuseadas, segundo a Escritura, e o dinheiro que é gasto com enfermidade ou necessidade certamente faz parte da “obra de Cristo”. Quem diz o contrário é um legalista, sem consideração com o próximo, um imaturo e ambicioso.

         Quando satisfazemos as necessidades do outro estamos realizando a obra de Cristo (Mateus 25:31-46). As cegas REGRAS DA LEI com relação às quantias,  NÃO são o DAR que o Novo Testamento ensina realmente. Quando Paulo fala em dar, ele sempre deixa claro que não era um mandamento ou lei [2Coríntios 8:8). Cristo e Paulo fazem claro que  o sacrifício é mais importante do que as quantias (Marcos 12:42-44; 2 Coríntios 8:1-5,12). Cristo nos ensinou a nos libertarmos do dar por obrigação (Mateus 17:24-27).



8 - Deus é Soberano e as recompensas podem não ser vistas, conforme se espera nesta vida.

         A história de Jó pode ser resumida em duas declarações:
Primeira, não questione Deus por causa das coisas ruins que possam acontecer com as pessoas boas.
Segunda, não julgue as pessoas em tempos difíceis, porque os caminhos de Deus estão acima de nossa capacidade de compreensão.

         Jó deixa claro que muitas vezes as circunstâncias da vida podem não estar completamente relacionadas com ações da pessoa. A vida pode ser cíclica e, algumas vezes, parecer completamente má e injusta. Ensinar que dar é de certa maneira garantir uma situação particular da vida é imaturo e não escriturístico.

         O Soberano Senhor pode dar e tomar, independente da pessoa dar ou de sua espiritualidade. A história de Lázaro mostra um homem que viveu e morreu na pobreza e, contudo, foi  levado por anjos ao seio de Abraão, enquanto o rico foi para o inferno (Lucas 16:19-22). Circunstâncias financeiras da vida não refletem necessariamente a condição espiritual. A Bíblia está repleta de admoestações sobre as armadilhas do dinheiro.

         Muitos ensinam que dizimar é uma forma de “proteção ao dinheiro”, que garantirá o dizimista contra prejuízos, acidentes e outras calamidades da vida. Certo pregador disse: “Se eu não dizimasse teria medo de atravessar a rua”. Outro disse: “Sei que posso evitar as calamidades, pois dou o dízimo”. Estes pregadores precisam aprender duas lições. Uma delas é lidar com as realidades, conforme é ensinado na história de Jó. A outra é aprender sobre a vida dos apóstolos e incontáveis outros cristãos, que sofreram através dos tempos, por amor a Deus, à verdade e à causa de Cristo. Todos os apóstolos, exceto um deles, foram martirizados. Muitos experimentaram bofetadas, apedrejamentos, naufrágios e outras calamidades e problemas, pois “Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR O LIVRA de todas” (Salmos 34:19). (Ler também Atos 14:22). Muitos dos pregadores “bem vestidos” de hoje são ignorantes. Eles vão aonde são bem recebidos, bem pagos e aplaudidos, e consideram qualquer crítica - válida ou inválida - como “perseguição pela causa de Cristo” como se o criticismo os igualasse àqueles que têm REALMENTE sofrido ou estão realmente sofrendo por causa de Cristo. O Cristianismo ao estilo Poliana [heroína de livros infantis que sempre estava feliz e alegre] é imaturo e sempre conduz a problemas. A realidade é que a maioria de todos nós cresce mais com a dor, com as acusações e tribulações do que com a facilidade, o conforto e as águas plácidas.

         Devemos examinar TODA a Escritura e não apenas as promessas de prosperidade que [homens] gotejam em nossos ouvidos. Paulo diz que Deus nos abençoa com abundância em todas as coisas (Filipenses 4:19), CONQUANTO falando também de receber uma oferta para os cristãos necessitados. Ele  jamais sugeriu que esses cristãos tivessem ficado pobres por causa da falta de fé ou da má conduta. De fato, ele até ensina que em outro tempo poderia até ser que esses cristãos doadores pudessem vir a ter necessidade, como os atuais necessitados, mesmo tendo sido abençoados e capazes de levantar oferta, nessa ocasião, e abençoá-los.

         Paulo disse claramente que a vida não significa uma bênção financeira atrás da outra, sem jamais acontecer uma carência (2 Coríntios 9:5-13 e 8:13-15). Será que é possível admitir que Pedro não tivesse fé, nem levava uma vida correta e bem sucedida, quando disse àquele mendigo: “Não tenho prata nem ouro...” (Atos 3:6)? Será que Maria não tinha uma vida correta? Pois ela teve de levar uma oferta de pobre para ser purificada (Lucas 2:22-24; Levítico 12:6-8). Francamente, acho que se a maioria dos cristãos atuais tivesse de viver, durante um ano,  conforme a igreja primitiva viveu ou como viveram os apóstolos, iria se afastar das coisas supérfluas.  O mesmo Cristo que disse: “Dai e vos será dado”, também ensinou a dar a quem não podia retribuir, com uma bênção, na ressurreição, à pessoa que deu (Lucas 14:12-14).



9 - Cristo NÃO ensinou a dar 10% da renda [bruta] de alguém, contudo permanece o princípio de sustentar ministros e igrejas.

         Havia um bem estabelecido sistema em vigor, no tempo de Cristo. Contudo, a ÚNICA menção direta sobre o dízimo foi feita a um JUDEU, ainda sob a lei e o dízimo era em HORTALIÇAS (agrário). NÃO em dinheiro ou lucro pela venda das hortaliças (Mateus 23:23; Lucas 11:42). Certamente havia um comércio de ervas e condimentos (João 12:5 e Marcos 14:3-5), contudo os dízimos mencionados por Jesus eram claramente dados em hortaliças e não em dinheiro destas procedentes.

         Nesse caso, devemos dizer aos cristãos de hoje que eles devem dizimar com hortaliças? Ou será que devemos dar um pulo totalmente antibíblico das hortaliças para os 10% da renda em dinheiro? Cristo também ordenou que alguns realizassem a purificação cerimonial, lavagem dos pés e celebração dos dias santos e das festas judaicas. Então, porque não se exigem mais essas coisas dos cristãos, hoje em dia? [Será porque não dão o mesmo lucro?]. TODA a Lei ou nada dela! [o autor deve estar querendo dizer que ou toda a lei sobre propriedade e dívidas e dízimos deve ser tomada, ou nada dela deve ser tomada.] NEM MESMO nos ensinos aos judeus Cristo ensinou a dar o dízimo como prioridade para Deus (Lucas 18:9-14), dizendo que havia coisas mais importantes com que se preocuparem (Mateus 23:23). Além disso, considerem-se as várias traduções com referência à menção de Jesus do dízimo e observem as significativas mudanças...

         [Nota da tradutora: Aqui deixo de traduzir as comparações nas várias traduções da Bíblia].

         Conquanto os mandamentos para dizimar não existam no Novo Testamento, o princípio de que a igreja e os ministros podem ser sustentados é uma indisputável doutrina do Novo Testamento (1 Coríntios 9:6-9, 13,14 e Lucas 10:7). Convém notar que, às vezes, Paulo não se recusou a receber doações, quando achou que o Senhor seria assim mais bem servido. (1 Coríntios 9:13-19).



10 - Malaquias 3 está sendo usado como “bruxaria cristã”.

         Malaquias 3:8-12 tem sido rotineiramente retirado do contexto e usado como maldição, uma espécie de ”bruxaria cristã” pelos pastores ambiciosos e manipuladores, alguns deles cegos pela ignorância bíblica. Malaquias foi escrito para um Israel que existia sob a lei. O dízimo era agrário e NÃO baseado na renda. Israel havia se tornado relapso, os sacerdotes NÃO faziam o seu trabalho, os sacrifícios eram corrompidos e rejeitados por Deus, com o povo negligenciando totalmente as leis matrimoniais e a manutenção e restauração da Casa de Deus.  Já não se faziam sacrifícios aceitáveis.

         Usar Malaquias como “maldição” contra pessoas salvas, que confiam no  perfeito sacrifício de Cristo, pessoas que respeitam o matrimônio e não estão negligenciando o templo do Novo Testamento (ou seja, o seu corpo e condição espiritual), nem faltam às reuniões do “Corpo de Cristo”, é aplicar erroneamente a Palavra d Deus, visando lucro financeiro. Vejam o que declara o autor de um bestseller sobre o dízimo obrigatório:

     ”Todo cristão que não está honrando  Deus com o dízimo é culpado de estar roubando-O; está vivendo sob uma maldição e ficará na escravidão financeira, até que obedeça a Palavra de Deus e comece a dizimar. O dízimo quebra a maldição.”   (“God’s Financial Plan”, por Norman Robertson, p. 61, #12). [Este malaquiano é quem  deveria ser amaldiçoado  por torcer de tal maneira a Palavra Santa].

      Isso é o que deve ser dito a uma pessoa salva? O sacrifício de Cristo não é suficiente? Será que Cristo removeu todas as maldições, menos a maldição financeira?  Isso é plano F.I.C.T.I.O.N. (Fear Induced Condemnation That Is Opressive & Negative, traduzido como Condenação Induzida pelo Medo Que É Opressivo e Negativo). Esta declaração mistura a lei com a graça, deixando de manejar corretamente a Palavra da Verdade, constituindo-se em pedra de tropeço, não sendo um artigo de fé e, portanto, sendo pecado.

         Recentemente escutei um ministro lançar a despropositada maldição de Malaquias à igreja, declarando que estava cansado de ver a  sua igreja sem receber as bênçãos totais de Deus, por causa dos ladrões que entraram na igreja e não dizimavam, dando somente uma renda de fonte corrupta. Será  que esse ministro  iria recusar todo o dinheiro desses “ladrões não dizimistas”?  Por que  iria ele participar de sua “ladroagem e pecado”, aceitando o dinheiro de uma “fonte corrupta?” (Malaquias 1:10; Amós 5:22) ...

         Para estar certo de que não haveria engano na lei do dízimo agrário sob a lei, cada hebreu tinha de fazer uma declaração de honestidade perante o Senhor (Deuteronômio 26:13-15). Essa declaração obrigatória também especificava que o dízimo tinha sido dado honestamente “... ao  levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva”.



11 - Viva erradamente ou dê erradamente, e de nada lhe aproveitará dar.

         Devemos manejar corretamente a Palavra da Verdade. A 1 Coríntios 13 esclarece: “E ainda que distribuísse TODA a minha fortuna para sustento dos pobres e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, NADA disso me aproveitaria”.  Esse é o amor ÁGAPE. Sugiro que quem dá com o propósito de receber está impropriamente motivado, pois NÃO é dado com amor ÁGAPE. Devemos dar por amor,  porque isso é correto. Tudo que recebemos de Deus é pela GRAÇA através da fé em Jesus Cristo e Ele jamais nos ensinou a nos basearmos em obras (Lucas 18:9-14). A Escritura ensina que Deus não aceita ofertas de pessoas que vivem desonestamente e que não dêem com espírito reto. (Malaquias 1:10; Amós 5:22, 1 Coríntios 13:3).

         O Novo Testamento sempre APERFEIÇOA a lei. No Novo Testamento a INTENÇÃO é mais importante do que a REGRA. Segundo nos esclarece a 1 Coríntios 13, TUDO que é dado com falsas intenções de lucro resulta em NENHUM lucro individual. As promessas de Deus são de fé e esperança, mas dar sem amor ÁGAPE não dá resultado algum. Alguém pode crer e esperar por boas coisas do Pai, sem dar com o objetivo principal de receber. De outro modo, esse ato se torna centrado em obras. E tudo que afeta e perfeita obra de Cristo não provém de Deus. (ver Lucas 18:9-14).



12. - O Dizimo antes e durante a lei JAMAIS foi o mesmo que a oferta das primícias

         Muitos mestres do dízimo obrigatório confundem o dízimo com a oferta das primícias. Por não saberem manejar corretamente a Palavra da Verdade, muitas escrituras com relação a dar as primícias são mal aplicadas, a fim de darem suporte à doutrina do dízimo obrigatório. A oferta das primícias acontecia quando os israelitas traziam como oferta a primeira porção dos frutos colhidos. Isto era visto como um penhor-promessa referente às colheitas futuras, as quais, então, seriam dizimadas. [Era uma forma de promessa de que os dízimos das colheitas seriam entregues]. A oferta das primícias NUNCA foi dizimo, antes nem durante a vigência da Lei Mosaica.



13 - A obra de Cristo não deve ser vista como  promessa de que seremos bem sucedidos e nos tornaremos ricos.

         Agora vou inserir alguns comentários de uma entrevista feita com o ex-pregador pentecostal, Jim Baker, depois que ele se arrependeu e Deus ressuscitou o seu ministério [a tradutora e o site solascriptura-tt repudiam as doutrinas e obras de Baker, seu ministério era mau antes da sua queda em pecado e seu afastamento do ministério, e continua mal depois que voltou a ele]:


         “Sobre a pregação da prosperidade: Comecei a ler e escrever cada palavra conforme registrada no Evangelho. Chorei por ter estado tão errado, pregando outro evangelho e outro Jesus. Jesus chamou a riqueza de enganosa. Ele também disse: ‘Ai dos ricos’ e que ‘Não se pode servir a Deus e às riquezas’ (Mateus 6:24; Lucas 16:13). Ele jamais colocou os ricos e as riquezas num foco positivo. Como eu pude desperdiçar tanto tempo enfatizando bênçãos financeiras?

         Eu costumava citar a 3 João 2 dizendo: ‘Acima de tudo, Deus deseja que vocês prosperem’. Eu amava essa passagem da Escritura. Ela parece ótima, num cenário da TV, quando se levantam fundos, e eu as interpretava como se Deus desejasse que fôssemos todos ricos. Mas quando cheguei às palavras de João, pensei: ‘Ora, isso não faz sentido.’ Então procurei a palavra ‘próspero’ no Grego e descobri que ela é composta de dois vocábulos: o primeiro significando ‘bom’ ou ‘bem’ e o segundo significando  ‘jornada’. É uma palavra progressiva, então parece uma jornada.

         Então, temos aqui basicamente o que João quis dizer: ‘Amado. Desejo-lhe uma boa jornada pela vida, do mesmo modo como sua alma tem feito uma boa jornada para o céu’.  Era uma saudação! Construir uma teologia sobre esse verso é o mesmo que edificar a igreja sobe a frase ‘Tenha um dia feliz!’

         Comecei a examinar as passagens da Escritura, usadas no ensino  da prosperidade, tais como “Dai, e ser-vos-á dado’ (Lucas 6:38). Mas quando fui ao contexto da Escritura, descobri que Cristo estava nos ensinando que na mesma medida em que perdoamos somos também perdoados. Ele estava ensinando o perdão, não dinheiro. Ele estava nos ensinando que na medida em que perdoamos somos também perdoados.

         Eu costumava copiar meus sermões de outros pregadores. A Bíblia admoesta os pastores que obtêm suas mensagens de outros. Acho que a razão de termos hoje outro evangelho e outro Jesus sendo pregados é porque os pregadores tiram seus sermões dos outros e do ensino motivacional. Uma porção do que está sendo ensinado hoje é simplesmente ensino motivacional, com um pouco de Escritura nele inserido”.

          Para alguns pregadores o Cristianismo dos tempos atuais parece nada mais do que um bolo de sucesso com uma camada de cobertura cristã. Para eles “a riqueza é igual à piedade’. E ‘a falta de riqueza é igual à 'maldição' ”. Mas vamos ler Tiago 1:9-11: “Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação, e o rico em seu abatimento; porque ele passará como a flor da erva. porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosa aparência do seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em seus caminhos”.  Muitos arrogantes mestres da prosperidade olham com desdém para os pobres, esquecendo que uma boa fatia do seu dinheiro provém dos baixos salários do trabalhador. Tal arrogância leva muitos deles a acreditarem que “Deus sempre se encontra onde o dinheiro está fluindo”. Muitos dos que são escravos da doutrina da prosperidade pensam assim: “Ora, se eu estou faturando tanto dinheiro, isso só  pode ser de Deus!”

         Deus já não habita em templos. As PESSOAS é que são a Casa de Tesouro de Deus e o Corpo de Cristo. Mesmo com tanta “revelação” grassando, hoje em dia, na igreja, elas não conseguem entender isso e muitos continuam a buscar no Velho Testamento a [extinta] glória do Templo. A Casa do Tesouro de Deus agora é agora constituída pelo SEU POVO.

       Certa igreja gastou milhares de dólares na aquisição de aparelhos eletrônicos de som e em computadores. Mas não pôde ajudar um cristão carente, o qual , por motivo de doença, não dispunha de uma pequena quantia para não perder o seu veículo utilitário [utilizado e vital para seu trabalho]. A obra de Cristo e do Corpo de Cristo é mais do que os cofres da igreja e seus edifícios. Ela deve ser compartilhada com as necessidades das PESSOAS, em muitos níveis diferentes, ONDE QUER que estas se encontrem.

         Quem gasta dinheiro num ministério de presos, está gastando-o para Cristo. Quem alimenta o próximo faminto, está alimentando a obra de Cristo. Conquanto a igreja local não deva ser negligenciada, não existe qualquer Escritura dizendo que todo o dinheiro destinado a Deus tenha de entrar na igreja, para os cofres dos ministros. Muitos pregadores e igrejas até fazem parecer que o único doar que é "para o Senhor" é o doar para eles. Certa vez escutei um deles dizer: “Se alguém à sua esquerda ou à sua direita precisar de pneus ou se você precisa de muletas para o seu filho, você precisa dar o dízimo [para o pastor de sua igreja], antes de pensar nessas coisas”.  [Esse pastor nunca leu a 1 Timóteo 5:8, que diz: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel”. ... Como se ajudar o irmão ou satisfazer as necessidades da família não fosse a verdadeira obra de Deus!] Leiamos a história do Bom Samaritano. Quantos estão pagando aos outros para fazerem a SUA obra. Estão pagando aos outros para que esses ministrem em SEU LUGAR. Muitos estão dizimando por medo da ridícula “Maldição de Malaquias”’, deixando o seu vizinho passar necessidade. Eles acham que somente após terem conseguido a sua “chuva de bênçãos financeiras” poderão ajudar os carentes. Essas igrejas procuram ainda a glória do Templo judaico, esquecendo a glória do templo do Novo Testamento... o Corpo de Cristo, que [é gente que] vive e respira.

         Muitas igrejas de hoje ainda buscam a "glória do templo" e dão pouca ou nenhuma atenção à glória do Templo que encontramos no Novo Testamento ... que é o corpo (aquele que está vivendo e respirando) de Cristo. Muitos “dizimistas fiéis” têm deixado de ajudar um casal de idosos carentes, a fim de darem o dízimo na  igreja, porque ali sua ação será registrada, enquanto o ato de dar ao próximo ficará em segredo. Contudo Cristo nos mandou dar em secreto. Hoje existem incontáveis gigantescos edifícios eclesiásticos e todo tipo de ministério cristão na Mídia e na Internet, etc. Com toda essa construção de coisas será que o Cristianismo melhorou? Recentemente, quando via um certo programa “cristão” na TV, em casa, precisei desligar o aparelho quando entrou um descrente em minha casa, [desliguei-a] com vergonha da escandalosa petição mercenária de dinheiro. Muitas (mesmo que não todas) vezes essas coisas são feitas para a "glória do templo" às custas do real templo, o corpo (aquele que está vivendo e respirando) de Cristo [Nota da tradutora: Por essas e outras é que só ligo a TV para ver o Jornal Noticioso ou então novelas, para não precisar “me envergonhar do Evangelho, que antes era o poder de Deus e agora é dos pastores malaquianos]...

         A desculpa é que o mundo não vai escutar a mensagem do evangelho, a não ser que você seja rico e bem sucedido, o que é uma tolice. Cristo não tinha onde reclinar a cabeça e mesmo assim as multidões afluíam para Ele. João Batista vivia como um eremita e mesmo assim as multidões corriam para ele. Muitos cristãos, no Livro de Atos, vendiam o que possuíam, para que as pessoas carentes tivessem o necessário. Mesmo assim, a mensagem deles foi tremendamente bem sucedida. Pelo que sei, nenhum dos apóstolos ficou conhecido como um bem sucedido homem de negócios, mas, mesmo assim, eles entregaram muito bem a sua mensagem.

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         A Bíblia ensina que nada há de errado com a prosperidade ou o sucesso obtidos, desde que saibamos lidar apropriadamente [biblicamente] com eles. Oro para que os alcancemos através de uma vida limpa, de fé, graça e amor, não pelo temor da lei, da condenação ou da F.I.C.T.I.O.N.



14 - O que significa Dadivar pela Fé embasada no Pacto Abraâmico – F.A.C.T.?

         Os dois exemplos de dizimar em Gênesis foram voluntários, baseados no lucro e na fé. Estudem Gálatas 3, Efésios 2:12 e Romanos, particularmente Romanos 4, e verão como Paulo relata a fé, a justiça e o que é ser um “verdadeiro israelita”, voltando à fé de  antes da lei e à promessa feita a Abraão. O F.A.C.T. [Dadivar embasado na Fé da Aliança Abraâmica] está baseado nesse princípio abraâmico, e no princípio bíblico de que a dádiva deve ser oferecida a Deus do que é totalmente posse do dizimista, jamais baseado em nada que foi tomado emprestado ou falta pagarmos uma parte dele, nem que serve de penhor, nem que está hipotecado ou sob qualquer tipo de reserva de domínio. Melquisedeque, Rei de Jerusalém, foi um tipo PRÉ-LEI de Cristo e recebeu dízimos voluntários de lucros. [Aquilo que é plenamente possuído, não aquilo que foi tomado emprestado ou falta pagar uma parte dele, nem que serve de penhor, nem que está hipotecado ou sob qualquer tipo de reserva de domínio Hebreus 7: 2-6, Gênesis 14: 17-20]. Ver também seção 16 (Alguns pensamentos sobre Melquisedeque) para maior discussão do dizimar pré-lei. F.A.C.T. [Dadivar embasado na Fé da Aliança Abraâmica] NÃO muda a lei do dízimo em um mandado para se dar 10% de toda a renda [bruta] e ignorar as outras exigências da lei com respeito ao dízimo, como é rotineiramente feito hoje. Não há NENHUMA alteração, nenhum torcer de escrituras ou mistura da lei e da Graça, dentro do sistema de dadivar de F.A.C.T.

O que é "lucro" e por que é F.A.C.T. (Faith-based Abrahamic Covenant Tithing, ou "Dadivar embasado na Fé da Aliança Abraâmica") baseado no lucro?

LUCRO é aquilo que sobra depois de se pagar as despesas necessárias e obrigatórias, as quais são PROMESSAS [inquebráveis] de uma forma ou de outra. Deus não deseja aquilo que foi solenemente prometido a outras pessoas, portanto ninguém pode prometer a Deus aquilo que já solenemente prometido a outras pessoas.

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  Não se pode “colocar Deus em primeiro lugar”, negligenciando o pobre e necessitado, as obrigações financeiras, as necessidades familiares e os compromissos assumidos. Quem faz isso não está colocando Deus em primeiro lugar, mas  querendo impressioná-Lo, esperando que Ele lhe mande uma “chuva de bênçãos”.  Em outras palavras, você está dando para receber... Você está pensando que ENTÃO, depois das chuvas de bênçãos caírem, você terá a responsabilidade [de dar uma parte do lucro advindo]. Esse tipo de pensamento impingido pela teologia da prosperidade é imaturo, não escriturístico e antiético.  Ele não passa de um “jogo cristão”, um câncer que se alastra no Corpo de Cristo...

         Nos tempos em que a Bíblia foi escrita, os salários dos trabalhadores eram pagos diariamente, portanto todas as despesas necessárias [à obtenção da renda] eram pagas ANTES que o dízimo fosse oferecido [Levítico 19:13, Deuteronômio 24:14-15]. Deus espera que sejamos financeiramente responsáveis, não estultamente imbuídos desse completo “espírito de jogatina” ["dar muito a Deus mesmo sem eu ter nenhum dinheiro (pois o que tenho eu já devo a outros), na falsa certeza de, por isso, ser premiado por Deus e receber tanto de volta que seja suficiente para eu pagar a todos e, mesmo assim, ficar muito rico"].  (Romanos 13:7-8). Não se pode oferecer a Deus coisa alguma que esteja contaminada por débitos. As doações a Ele devem ser feitas de coisas que nos pertençam ou que tenham sido honestamente adquiridas através de doações (2 Samuel 14:24). Entretanto, raramente se escuta isso dos pregadores da prosperidade.
Cristo disse “23 Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te PRIMEIRO com teu irmão e, DEPOIS, vem e apresenta a tua oferta. ....” (Mt 5:23-26 ACF). Muitos crentes não pensam que quebras de contratos orais ou escritos devem ser consideradas antes de dadivarem e ofertarem. Mas Cristo ensinou responsabilidade financeira. Cristo NÃO aprova que se dê a Deus às custas de se ignorar responsabilidades. [Marcos 7:10-13, Mateus 5:23-26]. Nossas ofertas a Deus devem ser puras, dadas a partir daquilo que possuímos totalmente e depois de pagarmos todos os custos e débitos associados à renda, não devem ser dadas a partir daquilo que foi tomado emprestado ou falta pagar uma parte dela, nem a partir daquilo que serve de penhor, nem que está hipotecado ou sob qualquer tipo de reserva de domínio. Nossas ofertas a Deus devem também não estar maculadas por impróprias conduta ou motivação. Deus não deseja o dinheiro que você está retendo [a propriedade e direitos] de outros irresponsavelmente, nem pecaminosamente, nem ilegalmente, quebrando contrato oral ou escrito, ou fraudulenta e enganosamente.

            Antes de você escolher o método F.A.C.T., as despesas obrigatórias devem ser deduzidas de sua renda bruta. Disso resultará um valor menor que servirá de base para calcular e decidir quanto poderá dar.  [Nota da tradutora: Recebo em média R$2.300 mensais. Quando deduzo as despesas de Plano de Saúde, energia elétrica, telefone, Ministério, Condomínio, faxineira, prestações, etc. me sobram apenas R$ 600,00 para alimentação, por isso entrego R$ 60,00 à igreja, não como dízimo, mas como ajuda na construção do novo templo. O Governo brasileiro já nos taxa em mais de 37% do nosso ganho [através de impostos embutidos nos preços, e através de outros impostos e de taxas mais visíveis]; portanto, a igreja não pode receber um dízimo e deixar-me passando necessidade.]

         Se alguém quiser dar 10, 20 ou 30% do que recebe, maravilha! Mas que o dê generosa, alegre e voluntariamente e não por temor de maldição.  [Nota da tradutora: Contanto que depois não entre no SPC, como certas amigas, que eram membros de uma igreja malaquiana (da fé) e se endividaram tanto que vieram pedir meu nome para fazer o crediário de um aparelho (R$ 400) na cidade. Dei a uma delas... a qual,  depois, não pôde me pagar. Mas como é honesta, simplesmente me devolveu o que ela havia comprado em meu nome, mesmo sem eu exigir]. Somente quem oferta conforme as exigências do Novo Testamento pode candidatar-se às bênçãos divinas.



15 - Cuidado com as corrupções nas Bíblias Modernas

         No afã de facilitarem a petição de dinheiro, a maioria das Bíblias modernas troca palavras como “hortaliças” (Lucas 11:42) por "dinheiro" e coisas desse tipo. Recomendamos o uso da Bíblia King James - para quem saber ler Inglês - e da Bíblia Corrigida FIEL em Português. Essas não fazem sabotagem na Palavra, com o fito de engodar os cristãos.... [Nota da tradutora: esta parte foi resumidamente interpretada porque a achei muito complicada].



16. - Algumas considerações sobre Melquisedeque

        Muito tem sido criado sobre o misterioso Rei de Salém (Jerusalém) em Gênesis 14 pelos mestres do dízimo obrigatório. A realidade [porém] é que, no tempo dele, dizimar era uma prática predominantemente pagã e um hábito voluntário especial de reconhecer um superior que é amado.  Usar o argumento de que o dízimo é hoje obrigatório porque Abraão o deu a Melquisedeque é ridículo pelas seguintes razões:

         Primeira, Abraão dizimou VOLUNTARIAMENTE os seus despojos de guerra, não sua riqueza pessoal.

         Segunda, NÃO havia qualquer ordem dada por Deus no sentido de dizimar.

         Terceira, Abraão já havia sido abençoado pela vitória que Deus lhe dera (Hebreus 7:2; Gênesis 14:20,22,24). NADA existe na Escritura que diga ter sido a bênção sobre Abraão o resultado do seu dízimo.

         Quarta, o dízimo de Abraão foi um exemplo único [na vida].

         A questão do sacerdócio de Melquisedeque é puramente judaica. Não é assunto gentílico, visto como os gentios nada tiveram a ver com o sacerdócio levítico. Foram os judeus que tiveram problema em aceitar Cristo como O Sumo Sacerdote, porque Ele era da tribo de Judá e não da Tribo de Levi, da qual os judeus haviam sido doutrinados que deveriam sair os sacerdotes. Essa é a razão de ter Paulo discutido amplamente o assunto na Epístola aos Hebreus. Os judeus, obviamente, não podiam entender o sacerdócio de Cristo e Paulo tentou explicá-lo. Hebreus 7 é um capítulo difícil de entender e eu acho que a Versão Amplificada [a tradutora e o site solascriptura-tt repudiam esta Bíblia] fez um bom trabalho nesse ponto. Lembrem-se que os levitas pagavam o dízimo do dízimo aos sacerdotes. Paulo tentou explicar aos judeus que a Tribo de Levi ainda não havia nascido e estava no seio de Abraão e que eles, de fato, pagaram o dízimo ao sacerdócio eterno de Melquisedeque, ao qual pertencia Cristo, para assim reconhecer o sacerdócio de Melquisedeque, mesmo indiretamente. Paulo estava tentando mostrar aos judeus que o sacerdócio levítico era ineficiente e temporário, enquanto o de Melquisedeque era eterno e melhor. Os levitas ainda não nascidos, ao pagar o dízimo via Abraão, não justificam uma doutrina obrigatória do dízimo pelas quatro razões supra citadas.

         É difícil os gentios entenderem estes assuntos, por serem eles basicamente irrelevantes à sua aceitação de Cristo. Os gentios não precisam tornar-se judeus para se tornarem cristãos e Paulo deixou claro ser errado colocar sobre eles o fardo das questões e obrigações judaicas.

         Posso garantir que ESTE é o legítimo significado do aparecimento de Melquisedeque em Gênesis 14: Abraão havia arriscado a sua vida pra resgatar o seu sobrinho [Ló]. Este é o primeiro relato bíblico de alguém tentando salvar um homem com total altruísmo. Lembrem-se que Abraão poderia ter tomado para si os despojos de guerra, mas recusou-se a fazê-lo. Sua única motivação [para essa guerra] foi salvar o sobrinho. Após o registro desse primeiro ato de altruísmo, repentinamente o Rei de Salém aparece com pão e vinho [comunhão]. Abraão passara no teste por ter querido sacrificar-se pelo outro. Mais tarde, ele estaria concordando em sacrificar o próprio filho [Isaque] e temos aqui novamente um tipo de Cristo em forma de sacrifício e promessa.

         Isso não faz muito mais sentido bíblico do que tentar torcer a Escritura, a fim de fazer parecer que Melquisedeque quis ensinar a obrigatoriedade do dízimo, especialmente em vista dos demais assuntos discutidos neste documento?



17 - Outras considerações finais

         Estudem e orem bastante sobre este assunto, a fim de se persuadirem do mesmo. Não se permitam ficar sob uma condenação desnecessária... “Quando alguém acha que algo é pecado, então para ele  é pecado". Porque sua consciência não está limpa. Romanos 14 e Mateus 6:2-4 poderão ajudá-lo a entender isso e ajudá-lo também a lidar com outros itens com referência ao dízimo como uma obrigação, na Lei, de modo a vocês não se deixarem influenciar pelo vento prevalecente. O que eu ensino a vocês neste documento é FATO [Faith-based Abrahamic Covenant Tithing, ou "Dadivar embasado na Fé da Aliança Abraâmica"] não influenciado pelos ventos prevalentes [de hoje]. O plano F.A.C.T. é bom, voluntário, bíblico, embasado na fé e na graça, e poderia ser ensinado sem a herética e mestiça reconstrução da lei agrária do dízimo ou a mistura da lei e da graça.

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         O plano F.A.C.T. de dar é exatamente isto ... UM plano. A realidade é se alguém está realmente dando em obediência a Deus, segundo as exigências do NT detalhadas neste documento, fazendo, portanto, a coisa certa, mesmo sem determinar porcentagens. Que os crentes sejam conduzidos pelo Espírito, sejam corretos e, sobretudo, GENEROSOS, segundo o MANDAMENTO de Cristo. Que não usem este documento como desculpa para serem avarentos.

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         Embora eu tenha encontrado termos como dízimo financeiro, dízimo inspirador, dízimo de revelação, e outros, a Bíblia realmente só ensina (a) dízimo voluntário, de antes da lei, e baseado na renda; e (b) o dízimo agrário da lei, baseado na produção da terra.

         Conquanto alguns que pregam o dízimo obrigatório possam dizer que eu “não tenho a revelação”, muitos encontrarão a verdade neste documento. Outros que pregam o dízimo obrigatório poderão ver a verdade neste documento, DEPOIS que caírem em desgraça, sofrerem calamidades, algo que os torne menos egoístas e dirigidos por objetivos [egoístas], ou estejam se aproximando da morte.

         Estejam certos de que eu já tenho estado em AMBOS os lados desta questão, e eu creio nas bênçãos divinas. Pessoalmente tenho experimentado milagres da providência e provisão de Deus. Talvez vocês perguntem: “Por que, então você toma agora essa posição?” Posso responder com uma palavra apenas - MATURIDADE.

         Em vista da atual realidade financeira mundial, quem achar que deve ensinar um "plano [bem fixo e determinado] de dar", para facilitar o dar, que ensine o "O Dadivar embasado na Fé da Aliança Abraâmica" [F.A.C.T.] descrito neste documento. Ofertas voluntárias podem, em muitos [casos] se não forem na maioria dos casos, suplementar o dadivar do plano F.A.C.T.. Este pode ser praticado segundo a fé de que somos os “legítimos israelitas”, os quais irão governar com Cristo, e compartilharão da herança da fé, não baseada na lei abraâmica. Que a Igreja de Deus possa dividir corretamente a Palavra, sem jamais ultrapassar o que nela está escrito e NUNCA praticar uma doutrina que misture a lei com a graça.

         A questão, portanto, é a seguinte: os pregadores de hoje têm a mesma fé abraâmica para pregar o plano F.A.C.T., ou será que continuarão pregando o plano F.I.C.T.I.O.N. (Fear Induced Condemnation That Is Opressive & Negative, traduzido como Condenação Induzida pelo Medo Que É Opressivo e Negativo)? Conquanto alguns continuarão [pregando o plano F.I.C.T.I.O.N.] por causa de ignorância ou de hábito, outros pregadores “da fé” não terão bastante fé nem caráter para pregar a verdade contida neste documento. Eles preferirão justificar a mistura da lei com a graça, usando o sentimento de culpa, a manipulação e o controle, enganando a si mesmo e a outros para imaginarem que a obra de Cristo está sendo [deste modo] melhor servida.

         Dei-lhes a verdade sobre o dízimo e os libertei da doutrina do dízimo como uma sentença.
         Se você quiser contribuir para ajudar-me a promover esta mensagem, por favor Doe online AGORA online ou envie correspondência para o endereço abaixo.



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Alguns comentários, revisões, etc. de rabis e de outras pessoas, sobre dízimo e sobre este documento:


         Palavras de Russel Kelly, autor do artigo “Should the Church Teach Tithing?”  (Deveria a Igreja Ensinar o Dízimo?):
          Aprecio este artigo escrito sobre o dízimo. Concordo 95%, com ele, o que é ótimo para mim. Minha tese de 364 páginas de doutorado PHD engloba a maior parte dos seus pontos em detalhe. (Checar os pontos da revisão-sumário em amazon.com (http://www.amazon.com/exec/obidos/ASIN/0595159788/qid%3D1050295584/sr%3D11-1/ref%3Dsr%5F11%5F1/002-4336701-6328038). Só discordo com a afirmação de que o dízimo de Abraão foi baseado na fé e foi voluntário. A Bíblia não diz isso, embora muitos tenham assumido ser esta a verdade. Minha pesquisa em Gênesis 14:21, não 14:20, me fez chegar à conclusão de que Abraão parece ter pago o dízimo dos despojos de guerra em vista da TRADIÇÃO CANANITA DE OBRIGATORIEDADE, a qual podemos comprovar que tem continuado a existir pelo mundo, até o dia de hoje. [Irmão Garganta:] Visto como a sua definição “agrária” do dízimo é a única definição correta, então a palavra [dízimo] não deveria ser usada com outra definição – independente de quão sincera a pessoa possa ser. Tenho muito o que compartilhar com você, caso esteja interessado.  Passei mais de dez anos fazendo pesquisa para escrever o meu livro. As. Russell Kelly.

         Rabino Robert Alput - “Dizimar no sentido de colheitas, certamente já não se faz. Claro que os judeus são encorajados a fazer caridade (tzedakkab). Se eles dão 10% ou mais, isso é com eles, com Deus e com os seus contadores”.

         Zola Lewitt - É o dizimo para os cristãos de hoje? Dizimar era parte da Lei de Moisés, sob a economia legal de Israel e não se aplica à igreja hodierna, visto como vivemos sob a graça e não sob a lei (Romanos 6:14 e 10:4). Portanto, temos a obrigação de “apresentar os nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto racional. E não sermos conformados com este mundo, mas sermos transformados pela renovação do nosso entendimento, para que experimentemos qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deu” (Romanos 12:1-2).
         O Novo Testamento ensina a dar conforme o que temos e não o que não temos. (2 Coríntios 8:12). Se pudermos dar apenas 5%, conforme o Senhor nos ordenar, que assim seja. Não é quanto damos que importa a Deus, mas a atitude e a motivação com que o fazemos. Essa é a preocupação do NT com respeito a dar, em vez de medir a quantia que é dada (2 Coríntios 8-9).

         A Concordância Greco-Hebraica de Estudo da Bíblia da Versão BKJ (The Hebrew-Greek Key Word Study Bible) oferece uma nota explicativa sobre Malaquias 3:7-15: “Esta passagem é muito usada pelos que advogam o ‘dizimar para manter a minha casa’, ou seja, ‘Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa’ (no caso, a igreja local), em vez de levar a outro local. Eles sugerem que os donativos aos ministérios deveriam ser além do “dízimo”. Certamente “a casa do tesouro” de Malaquias significa o Templo ou algum anexo do mesmo. Contudo, o dízimo do Velho Testamento - ou 10% - não poderia ser razoavelmente equiparado com os 10% do salário ou renda bruta que a maioria das pessoas recebe hoje em dia. Acima de tudo, o ato de dar deveria ser um assunto entre o Espírito Santo e o crente, jamais uma regra estabelecida.  Ele pode ser um guia adequado para determinar quanto as pessoas podem dar (de fato, para muitos numa sociedade próspera este nível pode até ser adequado), mas a quantia a ser dada deve ser uma decisão pessoal. O Apóstolo Paulo escreveu que Deus examina a motivação para dar e não a quantia (2 Coríntios 9:7). Ele diz ainda que as igrejas estão gastando cada vez mais do seu orçamento, com itens como cadeiras de teatro, ampliação de sistemas sonoros, ao mesmo tempo em que cortam despesas nos fundos para os programas de alcance exterior. Também convém notar que muitos dos ministérios que se recusam a mostrar a completa contabilidade financeira são aqueles cujos mestres são mais enfáticos no dízimo obrigatório.

Apesar dos "améns" ouvidos durante as mensagens sobre dízimo obrigatório, é bem claro que a avassaladora maioria de crentes NÃO está persuadida desta doutrina:
Trecho do artigo "Church Loses Financial Ground in 2000" (Financeiramente, as Igrejas Perdem Terreno em 2000), por Barna Research: “Dízimo é raro” - Uma de cada seis (17% das) pessoas adultas [membros de igrejas em geral e que se dizem "protestantes"] alega que dá o dízimo, mas uma comparação do total de dinheiro que tais pessoas entregam às igrejas e das suas rendas revelaram que apenas 6% de tais pessoas realmente deram um décimo de suas rendas (antes ou depois dos descontos de impostos) às igrejas. O nível de alegações incorretas [sobre serem dizimistas] entre os crentes que se dizem [realmente] "nascidos de novo" foi igualmente prolífico: 32% deles relataram que dão dízimos, todavia apenas 12% realmente deu 10% de suas rendas em 2000. Claramente muitas destas "alegações incorretas" equivalem a MENTIRA.
A Willow Creek Association [a tradutora e o site solascriptura-tt repudiam tudo relacionado com Willow Creek: "Igrejas Dirigidas por Propósitos", "Movimento de Crescimento de Igrejas", etc.], um grupo representando cerca de 5.000 igrejas evangélicas, disse que o número médio de pessoas realmente dando 10% de suas rendas é de cerca de 2,6% [dois virgula seis porcento!]. Tal associação também disse que as igrejas estão gastando crescentes percentagens de seus orçamentos com coisas tais como [confortabilíssimos] assentos de cinema e soberbos sistemas de som, enquanto [cada vez mais] cortam verbas para programas de evangelismo e assistência aos estranhos [tanto localmente como no campo missionário]. Também é digno de nota que muitos ministérios recusando voluntariamente se oferecerem para plena responsabilidade contável [onde um grupo externo de auditores examina as suas contas] são os mais ardentes em ensinar [pressionando] que o dízimo é obrigatório.

Richard Wayne Garganta - "Muitas pessoas criticam os pregadores da prosperidade, chamando-os ambiciosos coletores de dinheiro,. A realidade é que a razão deles existirem é a cobiça das massas que vivem atormentadas pela mentalidade do 'dar para receber'. Diferenciem que existem 'pregadores de fé' e existem pregadores íntegros e confiáveis. Existem os 'treinadores para se obter sucesso', mas também existem aqueles que pregam a [verdadeira e pura] mensagem do Evangelho. Os leitores já devem estar bem aconselhados para aprenderem [a reconhecer] as diferença entre eles."






Autor: Richard Wayne Garganta
Box 1355 Coventry, Rhode Island 02816   richinri@aol.com


Tradutora: Mary Schultze, junho 2006. (mas Hélio mexeu em cerca de meia dúzia de minhas palavras, vergonha para ele; tudo que porventura estiver errado é culpa dele :-) )






        (Este é um dos melhores artigo já escrito sobre o dízimo. Não se precisa ler mais coisa alguma para ficar a par deste assunto. (Um revisor))



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Sempre que publicamos um artigo em nosso site e/ou grupo solascriptura-tt, o fato de citarmos as palavras de alguém não necessariamente significa que nos identificamos com seu autor em áreas outras que o principal assunto da citação. Em particular, quando a este artigo de Garganta, frisamos que seu site tem uma parte que não consegui entender mas que me parece haver o risco do autor defender o "universalismo cristão", a doutrina da salvação universal, da santidade e felicidade final de toda a humanidade, a ser efetuada pela graça de Deus, por meio do ministério de Jesus Cristo. Se realmente Garganta é um universalista, frisamos que essa é uma doutrina herética que fortemente odiamos e condenamos. Hélio, 2014.


Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).



(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)



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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Batistas não surgiram na Reforma, não são protestantes, sempre existiram desde Cristo e apóstolos, entre os cognominados anabatistas, Valdenses, donatistas, cátaros, albingenses, paulicianos, etc.

BATISTAS NÃO SÃO PROTESTANTES
 As pessoas, geralmente, fazem parte de três grandes grupos religiosos. Se não for Judeu ou Católico Romano, automaticamente, considera-se a pessoa um Protestante, não levando em conta outros grupos como o Hindu, o Budista, etc. Assim, conseqüentemente, o Batista é considerado "Protestante". E isto não é a verdade histórica. Os Batistas nunca foram Protestantes.
A Reforma Protestante normalmente é datada de 31 de Outubro de 1517, quando Martinho Lutero afixou suas 95 Teses na porta da Igreja Castelo em Wittenburg, Alemanha. Porém, isto foi somente um de vários atos que levou a uma ruptura com Roma.
Um evento de grande importância, mas muitas vezes não lembrado, é o Segundo Concilio de Speier no dia 25 de abril de 1529. Este Concílio Católico Romano foi feito para tomar ação contra os Turcos e também diminuir o progresso dos Luteranos e outros que não cooperavam com o Papa. Basicamente a reação dos príncipes luteranos era contra as decisões do referido Concílio, um protesto escrito formal condenando certos assuntos aprovados e contrários à fé como os príncipes a entenderam. Assinaram o documento, Elector John de Saxônia, Margrave George de Brandenburgo, os duques Ernest e Francis de Braunschweig-Luneburg, Landgrave Filipe de Hesse, Príncipe Wolfgang de Anhalt, e os representantes de catorze cidades imperiais. O protesto foi desenhado para protege-los das decisões do Concilio. Foi uma medida defensiva. O renomado historiador eclesiástico, Phillip Schaaf, em sua "História da Igreja Cristã," Tomo VII, p. 692 afirma que "A partir deste protesto e apelo os Luteranos foram chamados ‘Protestantes.’" A Enciclopédia Católica, Tomo XII, p. 495 confirma os mesmos escritos.
Estes líderes Luteranos, e alguns Reformados, que fizeram este apelo no famoso Concilio de Speier, protestaram só para si, em seu próprio nome. Não incluíram os Batistas que, deles, aliás afirmaram "Todos os Anabatistas e pessoas rebatizadas, macho ou fêmea, de idade madura, serão julgados e levados da vida natural à morte, por fogo, ou espada ou qualquer outra forma, como pode beneficiar as pessoas, sem julgamento prévio de juizes espirituais." Os Batistas de então não fizeram parte deste protesto e conseqüentemente não podem levar o nome "Protestante" A seguir, três razões porque os Batistas não são Protestantes.
Historicamente Batistas não são Protestantes.
Os Protestantes datam do século 16. São Luteranos, Reformados, e outros que eram Católicos Romanos mas deixaram sua fé católica para começar suas próprias denominações. Os Batistas não saíram de Roma como Lutero, Calvino e Zwingli, porque nunca pertenceram a ela. Não começaram no tempo da Reforma, mas centenas de anos antes. Os Batistas não tentam traçar sua sucessão histórica de volta aos dias dos Apóstolos. Simplesmente dizem que em cada época da história eclesiástica, havia grupos que creram nas mesmas doutrinas que os Batistas crêem hoje. Estes grupos podiam ou não ser ligados uns aos outros, e foram conhecidos por nomes diferentes. Eram os Montanistas (150 d.C.), os Novacianos (240 d. C.), os Donatistas (305 d.C.), os Albigenses (1022 d.C.), os Valdenses (1170 d.C.). O nome genérico "batista" veio a ser bastante usado somente pouco antes da Reforma Protestante. Plena informação histórica recusa a idéia de que havia um único grupo religioso somente, isto é a Igreja Católica Romana, até o tempo de Martinho Lutero. Quem crê assim simplesmente não tem feito um estudo criterioso da história eclesiástica.
Quero introduzir de propósito, o testemunho "não batista" da grande antiguidade do povo Batista. Cardeal Hosius (1504-1579) era um prelado Católico Romano cuja obra vitalícia foi a investigação e supressão de grupos não Católicos. Foi nomeado pelo Papa Paulo IV um dos três presidentes papais do famoso Concílio de Trento. Liderou vigorosamente a obra da contra-reforma. Se alguém conheceu as doutrinas e a história de grupos não Católicos após a Reforma, era o Cardeal Hosius. Ele disse: "Se os Batistas não fossem atormentados e cortados fora com a faca durante estes últimos 1.200 anos, fariam um enxame de maior número que todos os Reformadores." (Cartas Apud Opera, pp. 112, 113). Note cuidadosamente que este erudito autoridade Católica tem falado da ferrenha perseguição que os Batistas agüentaram, e que ele claramente faz distinção entre eles e os reformadores, e que ele os data 1.200 anos antes da Reforma Protestante.
 
Também é evidente que os Batistas não eram Protestantes porque foram perseguidos severamente pelos Reformadores Protestantes e seus seguidores. Milhares não contados perderam seus bens, suas terras e suas vidas nestas perseguições. Konrad Grebel morreu na prisão em 1526. Felix Manz foi afogado pelas autoridades em Zurich em 1527. O notável líder Batista Balthauser Hubmaier foi queimado vivo em Viena no dia 10 de março de 1528. Três dias depois, sua esposa morreu afogada, lançada que foi da ponte sobre o Rio Danúbio com uma pedra amarrada ao pescoço. Os fatos afirmam abundantemente a evidência de que historicamente os Batistas não são Protestantes.
Batistas não são Protestantes em sua Doutrina
O ponto de vista de que os Batistas têm a mesma base doutrinária dos Protestantes não é verídica. Há seis diferenças marcantes.
1. Batistas crêem com todo o coração que somente a Palavra de Deus é suficiente para toda a nossa fé e pratica. Lemos em II Tm. 3:16 que "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça.." As denominações Protestantes têm credos, catecismos e vários padrões doutrinarias. Os Batistas usam somente a Bíblia.
2. Batistas crêem que Cristo e somente Cristo é a Cabeça da Igreja como está escrito "Cristo é a cabeça da igreja," Ef. 5:23. Não há um homem sequer que tem a superintendência das Igrejas Batistas. Batistas não têm denominação no sentido de uma organização que controla as congregações locais. Cada igreja local é autônoma e sujeita somente a Cristo, Sua Cabeça. Uma igreja Batista, mesmo confraternizando-se com outras congregações da mesma fé e ordem, não tem matriz ou Santa Sé aqui na terra. Não tem quartel general aqui, mas sim no céu.
3. Batistas crêem de coração numa igreja livre e num estado livre. Cristo ensinou que tanto o estado, como a igreja, tem seu devido lugar. "Daí pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus," Mt. 22:21. Os Batistas são contra a união do Estado com a Igreja. Crêem que a igreja controlada pelo estado é uma desculpa miserável de cristianismo e uma clara apostasia às Escrituras. Todos os Reformadores Protestantes fizeram igrejas estatais para seus seguidores.
4. Os Batistas crêem fortemente na responsabilidade individual a Deus, porque as Escrituras ensinam claramente que "Cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus," Rm. 14:12. Um sacerdote não pode se responsabilizar por você, e a igreja também não. Os padrinhos idem. Ninguém é salvo por quilo que os pais crêem. Ninguém é salvo pela identificação com uma religião. Cada um dará conta de si mesmo a Deus. Na sua maioria os Protestantes não crêem nesta doutrina bíblica.
5. O povo Batista também sempre tem crido no batismo da pessoa convertida. Nenhum dos Reformadores creu neste ensino da Bíblia. Nas Escrituras, a fé e o arrependimento sempre precedem o batismo. No dia de Pentecostes, Pedro claramente disse ao povo, "Arrependei-vos...e seja batizado,"At. 2:38. Isto significa evidentemente que não havia batismo infantil porque as crianças não são capazes de arrependimento. Nenhum descrente deve ser batizado. Os Reformadores seguiram Roma no seu ensino sobre batismo. Os Batistas têm se agarrado à doutrina de Cristo e Seus Apóstolos, neste ponto.
6. Os Batistas, baseados nas Escrituras, sempre tem crido numa igreja feita de regenerados, isto é, somente dos que fazem clara profissão de fé. Na igreja apostólica somente os crentes, os que receberam a Palavra de Deus e que tinham se arrependido dos seus pecados podiam ser batizados e fazer parte da igreja, At. 2:41. Não se une à igreja automaticamente ou através de terceiros. Nas Igrejas Batistas de hoje também é assim. Reconsiderando-se estes pontos simples, é mais do que claro concluir que os Batistas não são Protestantes em suas doutrinas.
NA PRATICA OS BATISTAS NÃO SÃO PROTESTANTES
Algumas simples observações indicam que os Batistas diferem radicalmente dos Protestantes em vários pontos. Os Protestantes olham para algum homem como seu Fundador, muitas usando seu próprio nome no nome da Igreja. Os Luteranos vem do Martinho Lutero. Os Reformados de João Calvino. Os Presbiterianos de João Knox. Os Metodistas abertamente dizem que o seu Fundador foi João Wesley. Mas quem fundou as Igrejas Batistas? Eis a pergunta histórica digna de investigação séria. É impossível achar um só homem que deu começo às Igrejas Batistas. Porem, se vamos usar nomes de fundadores humanos, devemos olhar para Pedro, Paulo, Tiago e João etc.
Somos diferentes dos Protestantes, em nosso lugar natalício. Os Luteranos vieram de Alemanha, os Reformados de Suíça e os Paises Baixos, os Presbiterianos de Escócia, os Episcopais de Inglaterra, mas os Batistas teriam que dizer que a sua origem é Jerusalém.
Além disso, o credo dos Batistas não é a Confissão de Augsburg, os Canons de Dort, ou a Confissão de Westminster, mas a simples Palavra de Deus. Assim é impossível identificar os Batistas como Protestantes.
Os Batistas nunca foram ligados aos Protestantes e nunca foram identificados com a Igreja Católica Romana. Antes e depois da Reforma, mantiveram sua identidade e foram fiéis às Escrituras. Os Batistas verdadeiros mantêm os claros ensinos de Jesus e Seus Apóstolos. Por estas doutrinas, dadas por Deus, eles estavam e estão prontos a morrer se for necessário. Hanz Denk, um Batista do século 16 disse, "Fé significa obediência à Palavra de Deus, seja para viver, seja para morrer." Para muitos, era morte.
 
Em menos de dez anos, houve 900 execuções de Batistas em Rottenburg nos dias da Reforma. Estas mortes muitas vezes eram ferozes e cruéis. A sentença para um crente Batista, Michael Sateler, reza assim: "Michael Sateler será entregue ao carrasco, que vai levá-lo ao lugar de execução e cortar fora sua língua; ele o jogará numa carroça e duas vezes arrancar a suas carnes com pinças quentes; depois vai levá-lo ao portão da cidade e torturar sua carne da mesma maneira." E assim que Sateler morreu, em Rottenburg 21 de maio de 1527, sua esposa e outras mulheres foram afogadas e muitos
homens foram degolados.
Os Batistas não são Protestantes mas guardam firmemente os preceitos e práticas de Cristo e seus Apóstolos. Os Batistas crêem que a pura Palavra de Deus é autoridade suficiente para tudo. Os Batistas rejeitam todas as tradições e práticas que foram inventadas desde o tempo dos Apóstolos.
Este trabalho escrito em Inglês por Vernon C. Lyons
Tradução por Steve Montgomery
Igreja Batista Independente de Ourinhos
C. P. 278, Ourinhos, S.P.
Novembro 2000
 



Isaltino Gomes Coelho Filho

Um pouco da história dos batistas
Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, preparado para um congresso doutrinário em Altamira, Pará, novembro de 2009.
A denominação batista está presente em todo o mundo, com cerca de cem milhões de membros, em mais de trezentas mil comunidades locais, chamadas “igrejas batistas”. Somos uma denominação organizada, bem estruturada, com uma visão teológica não fragmentária, e numa perspectiva correta, em que a parte se subordina ao todo. Nossa história é rica e é nobre. Não surgimos ao redor de uma briga por dinheiro ou de uma disputa por liderança. Surgimos ao redor de princípios. Poucos grupos têm uma história tão inspiradora e decente como a nossa. Nunca pescamos em aquário. Nunca predamos igrejas de outras denominações. Nunca entramos sorrateiramente numa igreja e fomos mudando a doutrina devagarinho, até darmos o golpe e mudarmos tudo para nosso grupo. Nunca lesamos ninguém. Sofremos com atitudes assim, mas não as praticamos.
Na história do movimento evangélico, os batistas têm oferecido alguns dos maiores missionários, alguns dos maiores evangelistas e alguns dos maiores teólogos. Temos currículo, e não Boletim de Ocorrência. Somos gente decente. Mas temos alguns pontos que sempre são discutidos, o que mostra nossa pujança e a espontaneidade do movimento batista. Um desses pontos é este: quando surgiram os batistas?
A origem dos batistas no cenário mundial pode ser enfocada por três ângulos.
Pelo ângulo da teoria da sucessão histórica, há a teoria JJJ, Jerusalém, João e Jordão. A idéia é que os batistas começaram a existir no rio Jordão, com João Batista, quando este batizou Jesus. Historiadores como Orchard, Cramp e Cathcart a defendam e ela tem muitos seguidores. Esta teoria tenta ligar os batistas com João Batista e Jesus e traça uma linhagem espiritual e teológica daqueles tempos até o surgimento da primeira igreja batista no mundo.
Pelo ângulo puramente espiritual, os batistas descenderiam dos anabatistas, como os anabatistas alemães, holandeses, suíços e seitas como novacianos, donatistas e outros. A sucessão não seria histórica, mas espiritual.
Pelo ângulo da teoria histórica, os batistas surgiram entre os dissidentes ingleses, que defendiam o governo congregacional e o batismo apenas de adultos, convertidos. Mesmo este ângulo apresenta linhas diferentes. Historicamente, e segundo uma das linhas, seria em 1609, na Holanda, quando John Smyth, Thomas Helwys e uma congregação de 40 pessoas ali se instalaram, fugindo da perseguição da Igreja anglicana. Outra linha, defendida pelo grande teólogo Strong, liga-os a um grupo que, em 1641, na Inglaterra, começou a batizar por imersão, na igreja de Southwark. Strong defende esta posição porque os primeiros batistas, os que deram origem à primeira igreja com este nome, o grupo de Smyth e Helwys, batizavam por afusão. Na realidade, os batistas só adotaram a imersão depois de seu contato com os menonitas, não  sendo imersionistas no início. Daí a idéia de Strong. Ele se preocupa mais com a linha teológica que com a histórica linear. É seu ponto de vista, que entendo, embora não me pareça o mais correto.
Desde 1609 começaram a surgir várias comunidades chamadas batistas, e podemos identificar um período de estratificação doutrinária dessas igrejas até 1641, quando se cristalizou o movimento batista como nós o temos, com doutrinas e práticas como as que temos hoje, em grande parte. Muitos outros aspectos doutrinários surgiram e muitas querelas teológicas por narcisismo e estrelismo surgiram, mas em linhas gerais, os batistas mantiveram as doutrinas que hoje sustentam. As particularidades e esquisitices ficam mais por conta de líderes locais em determinadas épocas que à visão geral dos batistas.
É pouco provável que a primeira linha seja assumida sem problemas de interpretação bem sérios. Tentar ligar os batistas a João Batista, rio Jordão e Jesus me parece bastante temerário.  Sobre a segunda linha, pode-se dizer que temos pontos de contato com os anabatistas, mas muitas discordâncias como sua recusa em aceitar o estado civil, vendo-o como demoníaco, bem como a recusa a aceitar benefícios de progresso, como alguns grupos fizeram. O isolamento social, formando comunidades isoladas do mundo, nunca foi nossa postura. Os batistas nunca formaram comunidades messiânicas. Particularmente, entendo que os batistas começaram a existir em 1609, na Holanda, com a igreja de dois ingleses, chamados Thomas Helwys e John Smyth. Smyth tornou-se anabatista em 1609, batizou-se a si mesmo, a Thomas Helwys, e mais 40 pessoas. Desligaram-se dos anabatistas e originaram a primeira igreja chamada “batista”, no mundo.
Definamos bem, então: historicamente, este grupo tem sido entendido como a primeira igreja batista do mundo. Surgiu em 1609, na Holanda. Smyth deixou sua igreja e tornou-se menonita, mas Helwys continou com o grupo, e em 1612 regressaram à Inglaterra. Parece que Smyth era bastante complicado, tendo passado por vários grupos de dissidentes. Mas entende-se que era a busca da igreja que mais se adequasse ao Novo Testamento, num momento histórico muito confuso. Mesmo assim, o pretexto para uma das divisões criadas por Smyth foi ridículo: não aceitava que o pregador usasse manuscrito algum na pregação. Sem dúvida, um autêntico batista, criando caso por ninharia. Mas era persistente, sincero e buscava sempre o melhor e o certo. E foi o primeiro pastor batista da história.
Mas creio que encerro tudo ao fazer uma citação do sempre competente Zaqueu Moreira de Oliveira, em seu livro “Liberdade e exclusivismo – ensaios sobre os batistas ingleses”. O Dr. Zaqueu assim se pronuncia, falando sobre o ambiente do século17: “Neste ambiente foi que surgiu a primeira igreja batista cujo pastor foi João Smyth, que tinha formação teológica em Cambridge. Ele controu com um auxiliar muito importante, que era leigo e também advogado, Tomás Helwys. Eles, que antes eram anglicanos, tornaram-se seguidamente puritanos, separatistas e finalmente batistas. Quando aderiram à posição separatista, no reino de Tiago I, decidiram fugir com todos os homens da Igreja para a Holanda, onde havia tolerância religiosa. Lá encontraram outros grupos evangélicos, inclusive o dos menonitas que, conforme referido anteriormente, provinham do movimento anabatista do Século 16. Contudo, deles diferiam em vários aspectos, inclusive teológicos, pelo que ao se convencerem de que o batismo correto é o de crentes, rejeitando o batismo infantil, formaram uma igreja própria, sempre no ideal de restituir a igreja neotestamentária em toda a sua inteireza. Assim nasceu a primeira igreja batista” (pp. 29-30, respeitando a grafia de Zaqueu).
Muita gente, marcada por um livro que fez sucesso entre nós, intitulado O rastro de sangue, defende a teoria JJJ. Neste livro. O Dr. Carrol traça uma linha entre os personagens do Novo Testamento, desde o batismo de João, até nós. É uma visão romântica e bastante agradável, mas força a situação. Não é história, mas romance. Não podemos tentar dourar a história para tornar nosso passado mais remoto. Respeitosamente, isto não me parece honestidade intelectual, porque em alguns momentos se torna necessário enfeitar ou até mudar alguns acontecimentos. Nós não precisamos disso. A autenticidade da doutrina batista não depende de uma tentativa de identificação com João Batista ou com a igreja de Jerusalém, que sequer possuía rótulo, e se via como um movimento messiânico dentro do judaísmo. Nem tampouco com uma hipotética relação histórica com grupos dissidentes do catolicismo, que defendiam algumas de nossas posições, mas assumiram outras que nós não assumimos. Depende de sua confrontação com o Novo Testamento. Disse, certa vez, o Pr. Irland Pereira de Azevedo que, numa viagem de avião, vindo Europa, conversando com um cônego católico que fizera seu doutorado em História Eclesiástica, em Roma, este lhe disse que tendo examinado os vários grupos evangélicos viu que os batistas eram os mais próximos ao Novo Testamento. Um belo testemunho de fora. A questão não é uma sucessão histórica, mas uma linha doutrinária correta, ajustada com o Novo Testamento.
Podemos colocar isto em outras palavras: quando Thomas Jeferson fundou o Partido Democrata, nos Estados Unidos, ele não criou a democracia, mas apenas organizou um partido em que as pessoas que tinham aquelas convicções políticas pudessem se congregar. Da mesma forma, quando surgiu a primeira igreja batista no mundo, não se criou a doutrina batista, mas organizou-se uma igreja que permitiu que as pessoas que tivessem convicções batistas se reunissem. A questão é o conteúdo.
Mas voltemos a Smyth e Helwys. Eles nos legaram quatro documentos, que são os mais antigos documentos batistas:
(1)   Vinte artigos escritos em latim, por Smyth. Versa sobre temas teológicos, mostrando a preocupação com a verdade doutrinária.
(2)   A tradução para o inglês de uma confissão de fé escrita em holandês, e subscrita por Smyth e Helwys. Não sei afirmar se eles a traduziram ou se alguém a traduziu e eles a subscreveram. Mas isto prova que aquele foi um período de fermentação teológica, com a busca de uma doutrina correta na igreja, após tantos séculos de erro, com o catolicismo e seus desvios.
(3)   Uma confissão de fé escrita por Helwys, com 19 artigos.
(4)   Uma confissão de fé, com cem afirmações, intitulada “O último livro de Smyth ou retratação dos seus erros”. Não me ficou claro se este livro foi escrito por ele quando deixou de ser anabatista e se tornou batista, ou se após se tornar menonita, deixando de ser batista, ele retrocedeu, quis voltar a ser batista, e escreveu este livro.
Mas uma coisa é certa: os primeiros batistas eram homens sérios, muito preocupados com a verdade bíblica e com a correção doutrinária. Devemos muito a eles porque eles abriram o caminho, começando do nada. Os itens 3 e 4, por exemplo, são os mais antigos documentos batistas da história. Desde o início os batistas estavam registrando suas posições, escrevendo para orientar e deixando claro quem são e o que crêem.
OS BATISTAS NO BRASIL
No Brasil os batistas estão presentes desde 1871, quando, em 10 de setembro, um grupo de norte-americanos que saíram dos EUA por causa da Guerra Civil, organizaram uma igreja em S. Bárbara d’Oeste, interior de S. Paulo, na região metropolitana de Campinas. Esta igreja deixou de existir, mas foi ela quem pediu missionários à Convenção do Sul, nos EUA, para evangelizar os brasileiros. Foi ela que batizou o primeiro batista brasileiro, o ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque. Seu batismo foi efetuado pelo Pr. Richard Thomas, no rio Capivari, próximo a S. Bárbara. Richard Porter Thomas foi avô de Eugenia Thomas Pitrowski, esposa do Pr. Ricardo Pitrowski, e mãe de Beny Pitrowski que foi meu professor no seminário e padrinho de casamento. Conheci pessoalmente a neta de um pastor de S. Bárbara, bem idosa, mas lúcida.
A igreja deixou de existir, mas o prédio em que ela se reunia continua de pé. Está lá no Cemitério dos Pioneiros, em S. Bárbara. Ele abrigou três igrejas evangélicas que se reuniam no domingo: metodistas, batistas e presbiterianos. Durante muito tempo tive uma foto do templo, que tirei em 1982, com minha filha à porta. Dei a foto a um pesquisador norte americano que se hospedou em minha casa em Brasília. O templo, atualmente, fechado e se deteriorando, um belo e rico testemunho dos evangélicos brasileiros. Um monumento histórico está sendo corroído pelo tempo.
Foi ela, a igreja de S. Bárbara, que procedeu a consagração ao ministério pastoral do primeiro pastor batista brasileiro, o que se deu, curiosamente, numa loja maçônica, que fora fundada por um grupo de homens da primeira igreja batista, incluindo o Pr. Thomas. Durante muito tempo, os batistas insistiram que a primeira igreja batista no Brasil era a de Salvador, organizada em 1882, ignorando que a de S. Bárbara (que mais tarde organizou uma segunda igreja na região) durou bastante tempo. Thomas pastoreou as duas igrejas por 25 anos, tempo suficiente para deixar claro que houve um trabalho batista organizado em S. Bárbara, mesmo que em língua inglesa. Foi esta igreja que sustentou o Pr. Quinlan, como seu missionário, em seu campo, buscando evangelizar pessoas, inclusive brasileiras.
Parece que os batistas discutem até mesmo para encontrar sua origem. Se foi assim no caso da origem no Brasil, não foi diferente no caso do surgimento dos batistas no mundo. Tudo nosso origina discussão e produz um GT…
Mas registre-se que o trabalho entre os brasileiros começou a se desenhar mais nitidamente quando o Gal. Hawthorne, americano, veio para o  Brasil com os saídos dos EUA. Ele não era crente, mas a perda de sua filha o desorientou muito e a dor o levou à conversão. Ele se interessou muito pela evangelização do Brasil. Foi aos Estados Unidos e pediu à Junta de Richmond que enviasse missionários para o Brasil, mas a Junta estava mais interessada em trabalho na China, e considerava o Brasil como país cristão. Mas ele tanto insistiu que disseram que se ele encontrasse alguém, e esse alguém quisesse, eles enviariam. Encontrou o jovem William Buck Bagby, com 23 anos, que também pensava na China e nem tinha noção de onde era o Brasil. Uma figura de linguagem convenceu o jovem Bagby: Hawthorne lhe disse que sobre o céu do Brasil havia a constelação do Cruzeiro do Sul, projetando a cruz no céu do Brasil, mas os brasileiros não conheciam a verdadeira mensagem da cruz. Assim, o jovem Bagby decidiu-se a vir para o Brasil.
Ele chegou no Rio de Janeiro, com uma carta de apresentação para um dentista inglês, membro do Tabernáculo Batista de Spurgeon. Mas quando lá chegou, o dentista regressara para Londres. Numa conversa soube de uma senhora, dona de uma pensão, que era também da igreja de Spurgeon. Foi levado até lá e depois encaminhado a S. Bárbara, onde encontrou os batistas seus conterrâneos, e um alagoano, que fora padre e se convertera, Antonio Teixeira de Albuquerque. Este foi batizado (ou aceito, não posso afirmar com certeza) na igreja metodista, tornando-se o primeiro metodista brasileiro. Continuando os estudos das Escrituras, convenceu-se que o batismo era por imersão, e saiu de S. Paulo até S. Bárbara para ser batizado. Ele, o casal Bagby e outro casal, Zacarias e Kate Taylor, foram para Salvador e organizaram a primeira igreja batista voltada para evangelização de brasileiros, em 15.10.1882. Por isso a disputa por datas. Mas a igreja de S. Bárbara, mesmo que com cultos em inglês, foi quem efetuou o primeiro batismo de brasileiro. Por isso, é justo que seja considerada como o marco do trabalho batista no Brasil. Batizou o primeiro batista, pediu o envio de missionários para evangelizar brasileiros, e consagrou o primeiro pastor batista brasileiro.
O AVANÇO DA OBRA
O casal Bagby, William e Anna, deixou o trabalho de Salvador com os Taylor, e foi para o Rio, onde organizou a PIB do Rio, em 1884. Eles eram dotados de uma grande capacidade de trabalho e uma profunda paixão pela evangelização e por missões.
Os batistas imprimiram folhetos contando a conversão de Teixeira e estes foram enviados para Maceió. Lá, um grupo de 50 pessoas começou, por estes folhetos, a estudar a Bíblia. Escreveram à Missão na Bahia para enviar alguém para ajudá-los. Um aspecto curioso aconteceu com a igreja de Maceió. Teixeira, quando padre, fora evangelizado por um senhor chamado Mello Lins. Este, há oito anos freqüentava a igreja presbiteriana, mas nunca se batizara por não concordar com o batismo por aspersão. O Pr. Taylor foi a Maceió e o doutrinou sobre o batismo. Mello Lins aceitou e foi batizado em 6 de maio de 1885. E em 17 de maio se organizou a PIB de Maceió, com 10 membros. O ex-padre Albuquerque,  qu era alagoano, decidiu que deveria regressar para lá e trabalhar na firmação do trabalho batista em solo alagoano. Teve e felicidade de batizar seus pais que, quando ele deixara a batina, haviam se recusado até a reconhecê-lo como filho.
Em 1886, chegou mais um missionário: C. D. Daniel. Mas com uma curiosidade: Não precisou aprender a língua, pois falava português. Ele já conhecia o Brasil, pois viera para cá com 9 anos de idade trazido pelos pais, para S. Bárbara. Quer dizer: a igreja de S. Bárbara teve um filho missionário no Brasil! Como não reconhecê-la como a primeira igreja batista? Daniel foi para Recife, onde Mello Lins, que fora consagrado ao ministério em Maceió, vinha evangelizando algumas pessoas conhecidas. Daniel batizou dois homens, e com 6 membros, foi organizada a PIB de Recife, em 4 de abril de 1886 (os dois homens, Daniel e a esposa, Mello e a esposa).
Assim, em quatro anos já tínhamos quatro igrejas batistas. A igreja de Salvador já batizara 93 pessoas, encaminhara algumas para organizar outras igrejas, e contava com 69 membros. Não era mais um sonho, mas uma grande realidade. O trabalho continuou até que, em 1907, sob a inspiração do ex-judeu Salomão Ginsburg, que aqui chegara e se tornara um missionário desbravador apaixonado pela evangelização do Brasil, se organizou a CBB. Já tínhamos 4.000 batistas, na época, em quase 40 igrejas. Isto, num prazo de 15 anos.
CONCLUSÃO
A história dos batistas é mais ampla do que ora mostrado, que foi uma pincelada, para um estudo em um congresso. Mas deixa conosco algumas linhas gerais, que ressalto:
(1) Os batistas sempre enfatizaram evangelização e missões e sempre se preocuparam em levar as pessoas a Cristo. Não queremos adesão a um grupo social, mas conversão a Jesus.
(2) Os batistas sempre zelaram pela sua doutrina e pelo ensino das Escrituras. Sempre fomos o povo da Bíblia (ultimamente somos o povo da caixa de som, como os demais) e sempre e ensinamos, crendo no seu poder de penetrar na alma humana.
(3) Os batistas de hoje precisam se reencontrar com seu passado. Têm sido seduzidos por grupos de pouca expressão e muitas vezes de atitudes pouco recomendáveis. A “teologia do sucesso”, que apregoa como sinal de espiritualidade o sucesso acima de tudo, mesmo que de forma imoral, nos leva a esquecer da fidelidade à Bíblia e da lealdade aos seus princípios. Que reflitamos sobre nossas origens, e assumamos o compromisso que nossos antepassados sempre tiveram: o da integridade moral, espiritual e doutrinária. Temos uma história por honrar. Não envergonhemos nosso Deus. Nem nossos antepassados. Muitos deles morreram pelos ideais batistas, hoje bem esmaecidos no “oba oba”  festivo e infantil dos evangélicos contemporâneos. Resgatemos nosso passado!