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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Hipocrisia na igreja














O Pecado da Hipocrisia At 4.32-5.11
Os crentes, movidos por amor cristão, vendiam seus imóveis espontaneamente. Faziam isto para distribuírem a importância apurada conforme a necessidade de cada um. Provavelmente, o dinheiro era trazido aos apóstolos num culto especial como ato de consagração. Barnabé, que era decerto um homem de bens e de influência, vendeu um campo e publicamente depositou seu valor em dinheiro aos pés dos apóstolos. Este ato de consagração despertou a admiração dos crentes. Talvez tenha havido durante aquele culto um derramamento poderoso do Espírito Santo. No meio daquele entusiasmo, Ananias e Safira venderam uma propriedade. Ananias entrou em acordo com sua mulher e reteve parte do preço, depositando o restante aos pés dos apóstolos.
Até ali, tudo havia sido glorioso na vida da igreja. Suas características típicas eram o amor fraternal, a bondade altruísta, a coragem heróica e a real devoção a Cristo. Não era, no entanto, nenhum Milênio espiritual. E satanás, longe de estar amarrado, trabalhava com vigor! Não conseguiu destruir a Igreja através das perseguições vindas de fora. Procurou, então, estragá-la por dentro, seduzindo alguns dos seus membros. Não conseguindo destruir o trigo, semeou seu joio (Mt 13.24-30). Suas primeiras vítimas, aliás indesculpáveis, foram Ananias e Safira. Daquele tempo para cá, a hipocrisia sempre tem seguido a realidade da religião como uma sombra negra.
I - Manifestada a Hipocrisia
Provavelmente os elementos principais do pecado de Ananias e Safira eram:
1. Cobiça. Como no caso de Judas, o amor ao dinheiro foi a raiz do seu pecado, "porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males" (1 Tm 6.10). Cobiçavam honra e glória na igreja e ao mesmo tempo o dinheiro. Planejavam um meio termo: dariam parte do dinheiro para obter a glória de terem dado tudo, e ao mesmo tempo, guardariam parte para desfrutar dela em particular.
2. Falta de fé. A falta de fé está por detrás de quase todos os pecados do crente. Ananias pensava, decerto, que valia a pena fazer uma boa contribuição para o glorioso reavivamento espiritual, uma obra contínua e sólida. Mas, o que aconteceria se o movimento chegasse ao fim? Já não haveria "fundo de garantia". Precisava evitar o fanatismo e garantir o dia de amanhã.
3. Desejo de honra. O casal admirava o caráter genero­so de Barnabé. Mas passaram a cobiçar o alto conceito e louvor recebidos por ele, devido seu ato de abnegação. Os dois queriam receber o louvor que se dá aos heróis da fé, porém, sem esforços nem sacrifícios.
4. A hipocrisia. O desejo de parecer virtuoso sem pagar o preço de ser - esta é a essência da hipocrisia. Literalmente, a palavra "hipócrita" originalmente queria dizer "ator". O hipócrita está sempre representando um papel que nada tem a ver com sua verdadeira personalidade. Quando Ananias trouxe o dinheiro, estava encenando uma mentira. Fingia estar contribuindo com a renda total da sua venda.
II - Detectada a Hipocrisia
1. Desmascarado o pecado. O Espírito Santo, habitan­do no meio da Igreja, detecta todo o pecado. Ananias es­colheu um lugar muito perigoso e uma época desfavorável à pratica da hipocrisia. O divino Espírito de pureza, since­ridade e verdade tinha sido derramado em abundância. Portanto, era imediatamente reconhecido o espírito da falsidade e hipocrisia que, em tais circunstâncias, era ainda mais imperdoável. Num ambiente de tanta espiritualidade, havia pessoas dispostas à hipocrisia. O que aconteceria, então, em tempos mais difíceis se não condenassem este pecado? Pedro, mediante o dom do discernimento de espí­ritos, viu o que havia em Ananias. Ele não pertencia àquele ambiente espiritual. Pela inspiração divina, Pedro disse: "Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus". Notamos aqui o seguinte:
2. A origem do pecado. "Por que encheu satanás o teu coração?"Como na situação do cobiçoso Judas, Satanás derramava suas pecaminosas sugestões no coração de Ananias (cf. Jo 13.2). O diabo, no entanto, não pode entrar em nossa vida a não ser mediante permissão nossa. Por isso Pedro indagou: "Por quê?" - "Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4.7). Por isso, a responsabilidade do homem permanece: "Por que formaste este desígnio em teu coração?"
3. A falta de desculpas para o pecado. Não havia a obrigação de os crentes venderem suas propriedades e tra­zerem aos apóstolos os montantes apurados. Não fora abo­lido o direito da posse individual de bens. Ananias não teria violado nenhum preceito se tivesse conservado sua propri­edade. O ato de vender era da exclusiva responsabilidade do dono, bem como o ato de entregar aos apóstolos o di­nheiro recebido. Os apóstolos não possuíam autoridade sobre o dinheiro, a não ser quando o recebiam para o fundo de assistência. "Guardando-a não ficava para ti? E, vendi­da, não estava em teu poder? Por que formaste este desíg­nio em teu coração?" Ananias não podia alegar a existên­cia de alguma necessidade urgente, forçando-o a enganar, retendo parte da soma dedicada à igreja.
4. A natureza do pecado. "Não mentiste aos homens, mas a Deus."Provavelmente, imaginava que estivesse lo­grando a Pedro, líder da igreja. Não entendia que o verda­deiro líder da igreja é o Espírito Santo, onisciente, que a tudo perscruta. A Igreja Primitiva se constituía de um gru­po sob a liderança do Espírito Santo (cf. At 8.29,39; 10.19; 13.2; 16.6,7).
III - Castigada a Hipocrisia
"E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou, e um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram".
1. O autor do julgamento. Pedro, como porta-voz do Espírito Santo, denunciou o pecado que lhe fora revelado de modo sobrenatural. O Espírito Santo, doador da vida, confirmando as palavras de Pedro, retirou seu apoio do corpo de Ananias, que expirou.
2. A natureza do julgamento. Pela narrativa, o casti­go parece ter sido apenas a morte física. O que se pode dizer, no entanto, do destino eterno de Ananias e Safira? A Palavra não o declara aqui, mas, outros trechos podem lançar luz sobre o assunto: 1 Co 11.30-32; 5.4,5; 3.15; 1 Jo 5.16,17.
3. A severidade do julgamento. Era severo. No entan­to, devemos considerar que o pecado foi cometido no meio de uma grande luz espiritual. Os dois tinham en­trado em contato com as mais extraordinárias manifes­tações do Espírito Santo. Estavam conscientes da pre­sença de um grande poder sobrenatural no seu meio. Embora Deus nem sempre castigue este pecado de uma forma tão imediata, severa e pública, fez deste casal um exemplo. Demonstrava que não seria tolerável a repetição da hipocrisia dos fariseus no meio dos cristãos. O registro deste incidente deveria ser suficiente para todos os séculos da história da Igreja.
4. O propósito do julgamento. "E houve um grande temor em toda a igreja e em todos os que ouviram estas Coisas". Na tenra infância do Cristianismo, era necessário que toda a corrupção fosse afastada do seu meio. O terrível castigo sobre Ananias e Safira ensinou a todos ser a Igreja uma instituição sagrada. Não seria tolerada a desonestidade em seu meio. Muitos dos que souberam do acontecimento tinham admiração pelo Cristianismo sem ousar se filiar a ele (v. 13). Ninguém, a não ser mediante conversão e trans­formação, iria se ajuntar a uma organização em que os hipócritas caíam mortos.
IV - Ensinamentos Práticos
1. Mentiras encenadas. "Por que é que entre vós vos Concertastes...?" (v. 9) sugere que o pecado não era fruto de algum súbito impulso. Fora premeditado. Pior ainda, o pecado fora "encenado em palco", como uma peça teatral. Fizeram de conta que estavam dando tudo, quando, na realidade, entregavam apenas uma parte. Planejar e deliberadamente dar uma falsa impressão, por atos ou gestos, representa um mal maior do que a mentira falada.
2. Evite que o pecado germine. Tomás Kempis escre­veu: "Em primeiro lugar, chega à mente um simples pen­samento sobre o mal, então chega à mente uma forte im­pressão do mesmo, e, depois, o deleite no mal com o im­pulso de praticá-lo, e finalmente, o consentimento". Estas palavras descrevem o caráter gradual do pecado. Talvez um impulso generoso tenha levado Ananias e Safira a ven­der a propriedade. Ao verem o dinheiro em mãos, porém, é que o tentador conseguiu fazer seus corações encherem-se de ganância. Fazendo-a depois dominar seus pensamen­tos e atos. Ananias e Safira se deixaram encantar por Satanás. Deixaram seu amor a Deus ceder lugar à concupis­cência pelo ouro.
Houve, no entanto, um tempo em que tinham a possibi­lidade de resistir à tentação. E a lição que tiramos é: evite que o pecado germine. O pecado começa com um pensamento. É nesta altura que se trava a batalha decisiva contra o pecado. Devemos nos apegar firmemente à doutrina bí­blica de que o diabo pode ser resistido (Tg 4.7).
3. "Filho da exortação" (ou "da consolação" - a pala­vra grega tem estes dois sentidos também no nome do Consolador). Em alto mar empregam-se dois tipos de fa­róis: um para advertir dos perigos e outro para mostrar o caminho certo. Ananias é farol de advertência; Barnabé, farol de orientação. Contrastam-se os dois tipos de "pleni­tude" em Atos 5.3 e 11.24.
Barnabé, após sua conversão, recebeu o nome de "filho da consolação". Seu novo nome evidenciava seu apoio generoso aos que estavam em dificuldades. Como ficou ilustrado nos casos de Saulo (At 9.26, 27) e de Marcos (At 15.39). Ao entregar seu dinheiro aos apóstolos, dava mais uma prova da sua disposição em dar seu tempo e talentos para ajudar aos irmãos. Utilizando seu dom de pregação, soube expressar em palavras a generosidade do seu cora­ção para exortar e consolar os crentes. Chegando em Antioquia, após o início do despertamento ali, "exortou a todos a que permanecessem no Senhor com propósito do coração. Porque era homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé" (At 11.23,24).
Barnabé deve servir de exemplo para todos nós. Muitas coisas acontecem para levar os outros à derrota e ao desâ­nimo. Precisamos agir e falar em tais circunstâncias para sermos uma consolação e exortação ao nosso próximo.
4. Trigo e palha. Sempre sobra alguma palha no meio do trigo. Mesmo após a debulha mais severa. Mesmo nas melhores igrejas ainda haverá crentes hipócritas e sem consagração. No Estado de Oklahoma, EUA, criaram uma sociedade secreta a fim de combater os ladrões de cavalos. Queriam proteger os cavalos e levar os ladrões à justiça mediante um esforço conjunto. Fracassou. Em pouco tem­po todo ladrão de cavalos daquela região se filiou à soci­edade!
Não se justifica a desculpa dos que não querem ir à igreja dizendo: "Há muitos hipócritas na igreja". A fé cris­tã condena a hipocrisia. Todavia, a presença de crentes espúrios não é motivo para se rejeitar a fé cristã. Como a existência de uma nota falsificada não é motivo para al­guém jogar no lixo todo o dinheiro que recebe.
5. A vida cristã tem suas próprias riquezas. Ananias e Safira eram seres humanos comuns, como todos nós. E eram crentes em Jesus Cristo. Entendemos seu pecado pois, num período de grande fervor espiritual, é possível alguém co­mover-se profundamente sem, contudo, progredir no cami­nho de verdade, retidão, justiça e pureza. Pode ter certeza quanto àquilo que crê, demonstrar zelo em propagar a fé e ainda fracassar quanto à distinção entre o certo e o errado (cf. Hb 5.11-14; 1 Co 3.1-3). Esta falha, nesse tipo de cren­te, torna-se uma pedra de tropeço para os de fora. A ten­tação que surge em muitos convertidos é permitir que as bênçãos transcendentes e gloriosas sejam procuradas mais do que o viver à altura da Palavra de Deus. Desta maneira sentir-se bem fica sendo sinônimo de praticar o bem.
Um membro contava ao seu pastor sobre a viagem marcada para a Terra Santa. Dizia entusiasticamente que, chegando ali, leria os Dez Mandamentos em voz alta, em pé no monte Sinai. "Não, irmão", disse o pregador com sinceridade. "Aceite meu conselho. Não precisa lê-los em voz alta. Fique em casa e guarde-os". O pregador tinha razão. O sentimentalismo não é substituto da justiça. A vida abençoada e santificada formam uma só vida cristã, com grandes riquezas espirituais, "porque esta é a caridade de Deus que guardemos os seus mandamentos..." (1 Jo 5.3).
6. O pecado estraga os melhores sistemas. Na Igreja Primitiva, havia uma esplêndida vida em conjunto. A co­munhão de bens era a expressão de corações inflamados pela comunhão com Deus. Era a demonstração do amor divino que nutriam uns pelos outros. Hoje, o "comunis­mo", nome dado à falsificação feita pelo diabo, finge ter algo a ver com esta vida em comum. Mas é inspirado pelo ódio e não pelo amor. E este ódio é expressado em toda a sua fúria contra tudo quanto é de Deus.
A grande necessidade é a transformação dos corações humanos. Porque é do coração que procedem as coisas que arruínam qualquer sistema de economia. A história bíblica mostra que Israel, pela dureza de coração, não conseguia fazer as leis de Deus atingirem seu alvo.
7. A honestidade é a melhor política. O pecado de Ananias e Safira não é raridade. Dr. W. B. Riley escreveu: "Ouço mais mentiras com respeito às contribuições que as pessoas dão à igreja do que com respeito a qualquer outro assunto de conversação cristã. Comete-se mais fraude com respeito à proporção da renda que está sendo colocada no altar do Senhor do que em qualquer outro assunto na vida da igreja". Pessoas que vivem com duplicidade e falsidade por fim chegam a uma situação impossível. Seria muito mais fácil serem sinceras. Se empreendessem tanto esforço na fidelidade a Deus quanto dedicam a tramar falsidades, seriam exemplos de santidade! A honestidade é a melhor política em todo o nosso relacionamento com Deus e com os homens.


Bibliografia M. Pearlman
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Igreja sem Pastor?









Já estive como responsável por congregações que não tinham um pastor efetivo. Tinham alguém responsável pela igreja, mas sempre com orientações de um pastor, ou oficial eleito e ordenado no local. Em outras palavras, sempre alguém autorizado por alguém que já havia sido ordenado por outros (presbitério) conforme Paulo mesmo orienta a Timóteo, quando este era pastor em Éfeso: 1 Timóteo 4:14 Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Encontramos algumas circunstâncias excepcionais, naquele tempo, onde apenas havia cristãos (não oficiais); como a que aconteceu quando Paulo chegou a Corinto narrado em Atos 19. Mas eram supridas sempre de imediato visando regularizar a situação da igreja do Senhor naquela cidade. Não se tratava de denominações, cada qual com o seu pastor, mas se tratava de uma Igreja única que tinha pessoas com pensamentos diferenciados debaixo de uma mesma liderança eclesiástica ordenada. Não falo da igreja invisível, a verdadeira Igreja que somente Cristo vê, mas da igreja visível da qual participam joio e trigo.
A idéia pecaminosa surgida com o passar dos anos de que há uma igreja melhor do que outra é fantasiosa, uma vez que o que regula uma denominação em vista da outra é a sua aproximação às ideias particulares de cada crente, segundo a idéia de que aquela ou outra denominação se adapta melhor, não é isso um pecado apontado na Escritura? (2 Timóteo 4.3 - 3 Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos,).
Avaliar uma igreja deve ser feita com base não nos próprios gostos ou sentimentos, ou ainda problemas vividos. Mas deve ser analisada sob três princípios básicos expostos com clareza na própria Escritura: 1. Pregação Fiel da Escritura (2Tm 3.16-17; I Co 1.18,23; Rm 3.23; 5.12, Ef 2.8-9; etc.); 2. Ministração correta dos sacramentos: batismo e ceia (Mt. 28.19; Atos 2.38-39; I Co 11.23-27); 3.e o fato da disciplina não deixar de existir na igreja (Ex 18.13-23; I Co 5.1-7; Hb 12.8). Mas novamente estas três premissas só podem ser realizadas por uma liderança eclesiástica ordenada por um presbitério, ou concílio que é outro designativo para presbitério. Ovelha não tem autorização bíblica para ministrar sacramento, não tem autorização bíblica para realizar disciplina, não tem autoridade bíblica para ensinar a igreja como um todo, no muito uma ou outra pregação e mesmo assim se for fiel à escritura, caso contrário a prerrogativa permanece na autoridade eclesiástica ordenada que tem a inteira liberdade de decidir quem sobe e quem não sobe ao púlpito e isso não é uma questão de gosto pessoal, mas de autoridade bíblica.
Há uma intensa e real necessidade de que a igreja seja conduzida desta forma. A igreja (ovelhas) precisa ser conduzida por um pastor. As ovelhas não têm qualquer capacidade de apascentarem-se a si mesmas, ficam perdidas, não sabem para onde vão, nem o que fazer, a não ser preencher o tempo com suas próprias ideias. Jesus usou e também os profetas do AT a figura da ovelha para se referir aos verdadeiros crentes, não foi por acaso. A ovelha não sabe chegar no pasto sozinha, não sabe chegar até a água sozinha. De modo que o rebanho que não tem uma condução sábia, está fadada à morte. Lembre-se da figura utilizada no Salmo 23.
Alguém poderia dizer que o Salmo afirma que o Senhor é o pastor... não um homem qualquer. Mas daí contrariaria o princípio de que o Senhor pastoreia o seu rebanho pela delegação de sua própria autoridade concedida por meio do presbitério, conforme vimos Paulo afirmar a Timóteo, de que o Senhor é quem governa a igreja e a conduz por meio de seus oficiais, não por meio das próprias ovelhas. É disso também que Paulo afirma a necessidade de se ter este tipo de orientação dentro da igreja do Senhor Jesus Cristo quando diz em Efésios 4.12-14 o motivo da necessidade de uma igreja ser conduzida pelos oficiais da igreja, ele afirma: “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.”
Se este era o caso para aquele tempo onde havia apenas uma igreja em cada cidade, o fato de existirem hoje, várias igrejas (denominações cristãs) em uma mesma cidade; e, junte a isso o fato de pertencerem a denominações diferentes não minimiza a realidade de que se alguma delas não tem pastor, elas não possam ser conduzidas por um pastor mesmo que de outra denominação. Pelo contrário, isso é um ato de plena rebeldia contra a ordenação divina feita àqueles oficiais ordenados por um presbitério e que estão à disposição destes irmãos que residem na sua cidade. Dizendo de outra forma: estão em pecado de rebeldia.
Talvez queiram se justificar afirmando sua aprovação por Deus de que muitas pessoas estão sendo salvas, estão fazendo a obra e Deus está abençoando. A igreja de Corinto dizia exatamente a mesma coisa. Seu argumento era idêntico e ainda por cima naquele tempo havia a manifestação de dons espetaculares dentro da Igreja. Mas Paulo afirmou com toda a propriedade para todos os membros daquela igreja: I Coríntios 3.1 -4 “ E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis, Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?”


Rev. Julio Pinto – IPB Baião/PA


IMPORTANTE: ANTES DE COMENTAR O TEXTO LEIA ATENTAMENTE:
Romanos 12. 4-5 Pois assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma função, assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e individualmente uns dos outros.
HEBREUS 12.7 É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija?


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Sincretismo e a Igreja Evangélica










Multiplicação de religiões e credos marca o início do Terceiro Milênio e sincretismo atinge até a Igreja Evangélica




No mês passado, as atenções do mundo voltaram-se para Nova Orleans, nos Estados Unidos, o maior país evangélico do mundo. A cidade, celebrizada internacionalmente por sua musicalidade, foi tragicamente destruída pela passagem do furacão Katrina.




Em meio à dor daqueles que perderam tudo e a perplexidade pelos milhares de mortos – ainda não se sabe nem o número exato –, iniciativas de ajuda e socorro surgiram de todos os lados. Uma delas mereceu especial atenção da mídia. O ator John Travolta, protagonista de sucessos do cinema como Os embalos de sábado à noite e Pulp fiction, chegou ao local devastado pilotando seu próprio avião. Junto com a mulher Kelly Preston, Travolta foi levar ajuda às vítimas da tragédia. Além de cinco toneladas de alimentos, o casal também se esforçou para oferecer consolo aos sobreviventes.




A atitude do artista chamou a atenção porque, mais do que um simples gesto de caridade, foi motivada por suas convicções espirituais. Travolta é adepto da Cientologia, religião surgida em 1954 e que ensina, entre outras coisas, a reencarnação, a mudança de mentalidade como forma de combater as doenças e a prática da caridade e do amor para o aperfeiçoamento da alma.



Crenças como a de John Travolta são comuns nesta época pós-moderna. Ao mesmo tempo em que as religiões tradicionais parecem desgastadas pelos próprios paradoxos e sua aparente falta de respostas ante a realidade, outras consideradas mais modernas vão ganhando espaço, mentes e corações. O interesse das pessoas pela religiosidade, como forma de responder aos desafios que enfrentam no cotidiano e, assim, viver melhor, cresce na mesma proporção que o número de novos credos. Essa eferverscência religiosa é tão diversificada e tem uma presença tão forte na sociedade, que recebeu até um nome dos estudiosos: Nova Era. Trata-se de um movimento que foi muito combatido nas igrejas evangélicas nos anos 1980 e 90. Naquele tempo não era nada difícil encontrar gente defendendo que a humanidade estava às portas da Era de Aquário – referência à cosmologia astrológica, segundo a qual, a partir do ano 2000, o mundo entraria na fase deste signo do Zodíaco. Seria um tempo de profundas transformações religiosas, que trariam fim à hegemonia do Cristianismo no Ocidente e levariam a uma nova espiritualidade. Uma conseqüência imediata seria o fim das guerras e o entendimento entre os povos.




Porém, em vez do equilíbrio simbolizado pelo yin yang – um círculo em que tudo se mistura, metáfora do fim das diferenças como o Bem e o Mal –, o que a humanidade presencia é um tempo hostil, marcado por violência, intolerância e catástrofes naturais. Mesmo assim, a religiosidade da Nova Era continua em alta e o que se observa é que cada um tenta salvar-se como pode, aderindo aos mais diversos sistemas religiosos, do misticismo puro e simples a códigos intrincados de fé. Seja de uma maneira mais sutil, como as filosofias orientais, ou através de terapias, técnicas de regressão e programação neurolingüística, passando pela yoga e pela ayurvédica, que conjugam espiritualidade e medicina; ou de forma mais institucional, com uma gama de novas religiões organizadas. Entre aquelas que estão em maior evidência neste começo de século, especialmente por causa de sua exposição e uso da mídia, figuram, além da Cientologia, as orientais como a Seicho-No-Ie e aquelas que envolvem a natureza e cultos antigos oriundos do paganismo, como a Wicca (sobre algumas destas religiões, ver quadros ao longo desta reportagem). Há espaço inclusive para religiões bizarras, como a dos Adoradores de Jedi – isso mesmo, os heróis do seriado Guerra nas Estrelas. Acredite: no último censo religioso realizado no Reino Unido, 400 mil pessoas se declararam adeptas da seita.



Até dentro de crenças milenares brotam novas formas de religiosidade que ganham uma força capaz de renovar a antiga religião. Exemplo disso é a Cabala. Tradição mística oriunda do judaísmo, teve seus princípios difundidos no decorrer da Idade Média. Porém, durante muito tempo seus ensinamentos ficaram restritos, devido à perseguição religiosa, a pequenos círculos. Nos últimos anos isso vem mudando. A filosofia extrapolou os limites de sua religião. Enquanto poucos judeus praticantes se identificam com a Cabala, celebridades como a popstar Madonna tornaram-se ruidosas seguidoras – e tal fenômeno de conversão, na maioria dos casos, não representa mudança de religião, apenas a adoção de novos princípios de vida. E se existem religiões para todos os gostos, também há opções para quem tem pouca ou nenhuma fé.




É o caso dos movimentos de céticos, agnósticos e ateus. Uma pesquisa recente promovida pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais, organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mostrou que o universo de brasileiros que não tem religião pulou de 4,7% em 2000 para 7,8% atualmente. Trocando em miúdos, são mais de 14 milhões de pessoas.



Diversidade – “Tanto aqui, como em todos os outros países ocidentais, as novas religiões têm um campo fértil para se desenvolverem, devido às liberdades de crença”, avalia o sociólogo Antônio Flávio Pierucci, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP). Na sua avaliação, a grande oferta de religiões nos dias de hoje favorece a diversidade. “As pessoas têm uma infinidade de opções de escolha. É como num restaurante – o cliente vai lá para comer e depara-se com diversos pratos e combinações. Da mesma forma é no campo religioso. Cada um escolhe a fé que mais lhe convém.” Para Pierucci, esse aumento na variedade faz crescer a competição entre as religiões, seguindo uma lógica comercial.



Pierucci diz que as igrejas mais tradicionais, como a Católica, não conseguem mais controlar seus fiéis porque eles estão mais informados. “À medida que as pessoas têm mais informação, vão formando a sua própria religiosidade. Muitas mantêm sua religião nominal, mas praticam outros rituais sem nenhum problema”. Por outro lado, observa, há uma tendência de que as pessoas sintam-se cada vez mais autônomas e independentes da religião, ou seja, sem um pertencimento formal. Segundo o Instituto para o Estudo da Religião Americana, a cada ano surgem de 3 a 4 mil novas religiões em todo o mundo. Dessas, de mil a 2 mil não resistem nem um ano. Mesmo assim, estima-se que existam, hoje, algo entre 40 mil e 60 mil religiões, sendo que mais da metade delas são variações do Cristianismo.




Esse número é ainda mais impressionante quando se analisa que no mundo todo existem apenas cerca de 20 religiões que podem ser consideradas globais, incluindo nesse grupo o próprio Cristianismo, além do Islamismo, Judaísmo, Budismo e Hinduísmo. Já as novas religiões acabam refletindo a época em que surgiram. Caso típico é a década de 1950, quando as tentativas de se descobrir vida em outros planetas ganhou força e gerou entusiasmo. Como resultado disso, houve um boom de crenças que acreditam que deuses e anjos são extraterrestres. A Cientologia, por exemplo, prega que a raça humana surgiu a partir da encarnação de seres imortais e divinos que vieram para a Terra, os tetãs. Não menos estranha é a seita Revolução Raeliana, que vai na mesma linha. Para eles, a humanidade teria sido criada por ETs que visitaram o planeta 25 mil anos atrás. Fundada pelo jornalista francês Claude Vorilhon, ou Raël, ela estaria, segundo suas próprias estimativas, presente em 90 países, inclusive o Brasil.



Uma característica básica de todos os novos credos é uma espécie de pragmatismo no que se refere ao pertencimento. A tônica é: creia do jeito que quiser, e deixe os outrosa fazerem o mesmo. Adepta da bruxaria, a contadora Tânia Gori, de 35 anos, diz que ela pode ser praticada por adeptos de todas as religiões, sem quaisquer prejuízos. “O queremos é que pessoas de qualquer crença possam ao menos conhecer o nosso trabalho”. Quem procurou e encontrou respostas para seus anseios na nova religiosidade foi José Carlos Marcello, 21 anos. Ele é um exemplo de como a espiritualidade tem estado cada vez mais em alta, mesmo entre a juventude, até pouco tempo considerada arredia à religião. Durante a adolescência, ele era “um católico praticante”. Mas não conseguia se identificar com uma fé com poucos efeitos na vida cotidiana. “O Cristianismo não me parecia atrativo e eu não encontrava estímulo para estudar e pensar. Ao ver tanta miséria e injustiça, não conseguia enxergar a verdade que eles diziam ter”, conta o rapaz.



A saída foi procurar crenças alternativas. “Entrei para o rastafarianismo, ligado à Igreja Ortodoxa Etíope”, lembra. Outra decepção. “Nada daquilo respondia minhas dúvidas.” Até o dia em que conheceu o movimento Hare Krishna, seita que mistura elementos de religiões orientais como o Hinduísmo com princípios de meditação transcendental e mantras. Em pouco tempo, consumiu muita literatura do grupo e mudou seus hábitos e objetivos de vida – tornou-se vegetariano, começou a freqüentar retiros espirituais e tornou-se monge.




“Encontrei a paz, a tranqüilidade, a paciência e compreendi o sentido da vida”, garante. Vendendo livros, revistas e varinhas de incenso nas ruas de São Paulo, com a roupa típica dos seguidores da crença, ele não pretende parar. Quer estudar sânscrito e mergulhar nos chamados conhecimentos védicos. Marcello entusiasma-se com a fé que abraçou: “Cada vez mais gente está aderindo. Acho que chegou o momento do mundo passar por um despertamento espiritual”.




Fusão de elementos – Mesmo entre os novos credos, contudo, dificilmente se encontrará algum que tenha começado exclusivamente do zero. A maioria pega o que gosta da velha religião e muda aquilo com o que não está de acordo. Outro grupo que ganha corpo é composto por aquelas que fundem as mais variadas crenças ou combinam religiosidade institucionalizada com os mais inusitados tipos de fé. “Observamos o surgimento de uma nova espiritualidade, mais alternativa. Quem faz parte desse grupo pode se inspirar nas idéias de Jesus, combinadas com princípios taoístas e até mesmo com a importância espiritual de golfinhos e discos-voadores”, analisa Christopher Partridge, pesquisador da Universidade Chester, no Reino Unido, e editor do Dicionário de religiões contemporâneas no Mundo Ocidental.



Outro estudioso que enfatiza a individualização como característica das crenças modernas é o historiador Leonardo Arantes Marques, pesquisador de religião e autor do livro História das religiões e a dialética do sagrado (Editora Madras). Ele acredita que esses pensamentos filosóficos, como prefere chamar as novas religiões, têm vantagens sobre as crenças institucionalizadas – como por exemplo, a informalidade e a individualidade. “O Cristianismo e outros pensamentos abafaram essa busca individual”, destaca. De fato, o grande “guarda-chuva” que se convencionou chamar de Nova Era parece ser bem amplo. Debaixo dele cabe qualquer coisa, da crença nos duendes a cerimônias xamânicas, da devoção aos anjos a rituais de bruxaria celta, de terapias inspiradas na medicina oriental a técnicas de meditação. “Antes visto como coisas distintas, hoje há fusão desses elementos. Nessa religião pós-moderna, as revelações são dadas individualmente, pois em cada pessoa existiria uma ‘centelha divina’ e os objetos de culto são escolhidos e combinados de acordo com a criatividade e inspiração de cada grupo”, afirma o professor de antropologia da USP José Guilherme Magnani em seu livro O Brasil da Nova Era (Jorge Zahar Editor).




Ao estudar o fenômeno na cidade de São Paulo, ele identificou mais de mil espaços oferecendo produtos e terapias rotulados como místicos, esotéricos ou alternativos. A maior parte deles, com caráter estritamente comercial e localizados em bairros de classe média e média alta da metrópole, o que dá uma boa idéia do tipo de público que procura esses serviços.



É justamente esse sentimento de religiosodade difuso que tem causado tanta preocupação em diversos estudiosos evangélicos. “Há um florescimento das mais variadas formas de espiritualidade, que alteram o comportamento das pessoas e as influenciam tremendamente”, diz Joaquim de Andrade, pastor da Igreja Batista Ágape e pesquisador do Centro Religioso de Estudos e Informações Apologéticas (Creia). “É só abrir a página dos classificados do jornal para ver a grande quantidade de ofertas de consultas por meio do tarô, runas e astrologia. Nas livrarias, as prateleiras dedicadas aos livros esotéricos, místicos e de auto-ajuda são as mais procuradas. Isso sem contar com os programas de televisão dedicados a divulgar terapias alternativas e soluções para se viver com mais qualidade”, frisa.



Para Joaquim, até mesmo os evangélicos têm sido influenciados pela profusão de ensinos religiosos que surgem não se sabe onde e ganham cada vez mais força. “Ultimamente, o movimento da Nova Era tem utilizado um discurso mais sutil do que aquele de dez, 20 anos atrás. Com isso, não se vê mais os crentes falando nada contra ela”, avalia o pastor. Outro dado curioso para o qual Joaquim chama a atenção é o papel de brasileiros, até evangélicos, na divulgação de novas crenças, principalmente no exterior. “O Brasil não é apenas um grande importador de religiões. Tornou-se um dos mais fortes exportadores”, acredita. “Infelizmente, já não existe mais a preocupação em separar a verdade do erro, mesmo entre os crentes em Jesus”, alerta o pastor Paulo Romeiro, da Agência de Informações Religiosas (Agir).




Dirigente da Igreja Cristã da Trindade e uma das referências quando o assunto é apologética, Romeiro afirma que os ensinamentos mais variados estão entrando nas igrejas por causa do conhecimento bíblico superficial dos crentes. “Enfatizamos muito o louvor e pouco o estudo da Palavra. Assim, nos tornamos presas fáceis. O único enfrentamento que damos é proibir os membros da igreja de manter diálogo ou o de serem agressivos com os membros de outras religiões”, comenta, preocupado.




A fusão de elementos de religiões distintas em denominações cristãs é algo comum atualmente. Um exemplo citado por Romeiro é o da Igreja da Unificação, comandada pelo sul-coreano Sun Myung Moon, que funde o Cristianismo com religiões orientais. Porém, não é preciso ir tão longe para se identificar o surgimento das mais estranhas religiões a partir de igrejas antes cristãs. No Brasil, tornou-se comum encontrar cultos com os costumes mais estranhos e inusitados. Em São Paulo, por exemplo, funciona um dos mais espantosos frutos desse sincretismo. Fundada nos anos 1960 como uma ativa denominação pentecostal, a Igreja Apostólica ingressou por um caminho que mistura espiritismo com tradições católicas e evangélicas. A igreja acredita – e prega – que uma profetisa chamada Rosa, já falecida, seria o divino consolador prometido por Cristo. O primaz da igreja, Aldo Bertoni, diz até que consegue se comunicar com a Santa Vó Rosa, com uma convicção que faria inveja até a Allan Kardec, fundador do Espiritismo. Seria ela que lhe daria orientações sobre a direção do movimento e até detalhes, como a escolha de quem deve ser excluído ou disciplinado. Loucura? Não para as mais de 25 mil pessoas que são ativas nos 300 templos que a igreja mantém em todo país.



Sincretismo – Quem também reclama desse sincretismo do século 21 é Daniel Woods. Rabino messiânico, ele toma conta da sinagoga cristã Bet Sar Shalom (expressão hebraica que significa “Casa do Princípe da Paz”), em São Paulo. Com um trabalho focado no evangelismo de judeus, ele diz que seu testemunho tem sido duramente prejudicado por algumas igrejas evangélicas que se apropriam de festas judaicas extraídas do Antigo Testamento, praticando-as completamente fora de seu contexto bíblico e cultural. “Fico triste quando vejo um símbolo de Israel, como a estrela de Davi, sendo tratado como um distintivo espiritual de certas igrejas, ou quando festas como a das Primícias se transformam em cultos de prosperidade. Até o shofar é tocado para expulsar demônios”, conta ele, um crítico ferrenho de práticas místicas do judaísmo como a Cabala. “Ainda que possamos identificar algum elemento verdadeiro nas combinações de letras das Escrituras, é um perigo substituir as verdades reveladas por Deus por conhecimentos secretos. Quem foi por esse caminho, hoje crê na reencaranação e até no espiritismo”.



Um exemplo acabado do que pode acontecer quando se mistura fé evangélica e princípios esotéricos é a Igreja do Senhor Jesus Cristo em Amor e Graça. Comandada por Renato Suhett, que foi um dos primeiros bispos-cantores da Igreja Universal do Reino de Deus até tornar-se dissidente, em 1995, ela mistura a pregação neopentecostal com diversos conceitos místicos, ostentando um complexo sistema doutrinário que inclui a crença na reencarnação, nos mestres ascencionados e nas tais “sete chamas” – atualmente, o mundo viveria a época da chama violeta e os homens estariam sendo ajudados por Saint Germain. Entendeu alguma coisa? Pois ainda há muito mais. Segundo a pregação da denominação, o diabo seria fruto da imaginação humana ou mesmo da má-interpretação das Escrituras. Na verdade, a grande luta, incluindo aí o sacrifício de Cristo, seria para transformar o homem em um ser melhor até que esse atingisse um estado perfeito, dispensando as reencarnações. Tudo a ver com o nirvana dos budistas.




“Busquei iluminação e encontrei a verdade”, apregoa Suhett, “como os essênios, que ensinaram Jesus, juntamente com os mestres egípcios e indianos”. A salada espiritual é completa quando se sabe que o próprio bispo Renato Suhett é membro da Sociedade Teosófica, da Grande Fraternidade Branca e da Fraternidade Rosa Cruz, todas místicas, e que considera as demais denominações evangélicas como componentes de um mentiroso e corrompido sistema religioso que formaria o Império do Anticristo. Quando questionado sobre contradições entre seus ensinos e os preceitos bíblicos, Suhett tem a resposta preparada: “E quem disse que a Bíblia é a Palavra de Deus? Ela apenas contém partes da Palavra de Deus”. O século 21, realmente, promete ser um caldo de culturas e religiões. Salve-se quem quiser!









Fonte: Claiton Cesar e Marcos Stefano - Revista Eclésia

CARTA ABERTA de um membro da Igreja Metodista


1 - Pessoas que amam mais seus cargos do que pessoas. É muito triste olhar para pessoas que usam seus cargos eclesiásticos para sustentarem seus egos inflados ao invés de SERVIR, propósito pelo qual o cargo existe (ou pelo menos deveria ser dessa maneira).

2 - Legalismo travestido de piedade. Não é de hoje que líderes e aspirantes a tal usam de sua influência para intrometerem-se na vida das pessoas sem nenhum escrúpulo.

3 - Doutrinas espúrias que são pregadas, algumas vezes veladamente, como confissão positiva, teologia da prosperidade, auto-ajuda e algo que eu poderia chamar de "antigo-testamentismo".

4 - Falta de pregação do Evangelho. Somente nesse ano de 2013 fui aos cultos dominicais matutinos cerca de 4 vezes e, acreditem, não ouvi NENHUMA pregação que falasse sobre Jesus, ou sua Cruz, ou Pecado, ou Salvação. São apenas palestras motivacionais que tentam ensinar fórmulas para as pessoas vencerem. Vencerem o quê? É o que sempre me pergunto.

5 - Descaso teológico por parte dos pastores. Um costume desta igreja é convidar irmãos "leigos" para pregarem a mensagem. Não há problema nenhum nisso. O problema acontece quando esses irmãos despejam heresias dos púlpitos. Falam contra a doutrina metodista histórica e, pior ainda, contra a sã-doutrina bíblica.

6 - Prepotência da liderança que não aceita ser questionada ou contestada. Instalou-se neste ajuntamento religioso um sentimento de inerrância quase que papal. Ninguém pode contestar a liderança da igreja sem que seja taxado de rebelde e execrado pelo grupo.

7 - Uso de púlpito para fazer politicagem e usar os fiéis "desapercebidos" como massa de manobra. Isso eu verifiquei hoje, dia 10/02/2013, em uma mensagem da qual não saiu um pingo de Evangelho, a bíblia foi usada forçadamente para tentar manipular o povo a abominar àqueles que criticam o que está errado. Esquecem-se porém que esta igreja Metodista Livre de Guaianases só foi possível porque em 31 de Outubro de 1517 um certo Martinho Lutero fixou suas 95 teses onde CRITICAVA as práticas da Igreja Católica Apostólica Romana que destoavam das Sagradas Escrituras.

Aos líderes desta igreja que se acham "ungidos" por Deus, desejo que se arrependam e voltem-se para o Senhor perdoador.

Aos amigos que deixo nesta denominação desejo sorte, amor e Graça. E que Deus permita que nessa jornada da vida ainda possamos nos encontrar muitas vezes.

Aos fiéis que apenas absorvem tudo que sai do púlpito, desejo uma boa dose de senso crítico, muita leitura bíblica e que o Senhor abra os vossos olhos.

Grato por sua atenção
Atenciosamente,
Vinicius Morais

Padre questiona destino do dinheiro doado a programas religiosos Djacy Brasileiro critica líderes católicos e evangélicos por ignorarem a seca do Nordeste.

http://noticias.gospelprime.com.br/padre-djacy-brasileiro-dinheiro-programas-religiosos/
Padre questiona destino do dinheiro doado a programas religiosos









O padre Djacy Brasileiro trabalha numa paróquia no sertão da Paraíba. Ele vê diariamente os sofrimentos das pessoas que morrem por causa da seca no nordeste brasileiro. Também costuma escrever textos e postar fotos no site Paraíba Verdade, onde deixa testemunhos e faz cobranças aos políticos.
Um desses textos tem ganhado notoriedade justamente por fazer outro tipo de cobrança. Ele prefere chamar de “desabafo” e “crítica construtiva”. Padre Djair questiona a inércia das igrejas brasileiras em relação aos males da seca.
Ele escreveu: “Por que a TV Canção Nova, que defende tanto a vida humana e animal, não vem ao sertão paraibano para mostrar para o Brasil e o mundo a fome e a sede que matam homens e animais?
Por que a Rede Vida, que defende tanto a vida humana, não vem ao sertão para ver de perto o drama da seca, e assim, mostrar para o Brasil e o mundo essa realidade de morte?
Por que os padres e pastores da televisão, não usam do seu poder midiático para gritar, clamar pelas vítimas da seca?
Onde estão vocês, padres e pastores da televisão? Vocês não veem que seus irmãos estão morrendo de fome e sede? Cadê o AMOR que tanto vocês pregam? É muito bom, cômodo, falar bonito sobre o AMOR dentro de estúdios ou auditórios refrigerados”.
Mesmo sem citar nomes de padres ou pastores, fica claro que ele se refere aos que têm usado a televisão para falar aos fieis e costumeiramente fazem campanhas que envolvem doações.
Implicitamente, ele se diz inconformado pelo destino dado a tanto dinheiro que é recolhido pelos religiosos em seus programas enquanto os padres e pastores não prestam contas onde ele é investido.
Em outro texto afirma: “Jesus, na sua grandíssima sensibilidade humana e divina, não suportou essa situação humilhante contra os filhos de Deus. Tomando as dores dessa população, não se acovardou, não se omitiu, gritou em alto e bom som: “tenho pena deste povo, pois é como ovelha sem pastor (Pastor, neste caso, eram as autoridades políticas e religiosas omissas e covardes, que não estavam nem aí para as necessidades da população. É como aqui no Brasil).”
Djair também acredita que há algo errado com outros programas de TV, pois “apresentadores de telejornais não falam com voz embargada sobre as vítimas da seca, que sofrem com a sede e a fome? Nenhuma sensação de dor, de compaixão, de sensibilidade humano-cristã. Por quê?”
Fazendo uma defesa apaixonada do que ele chama de “Meu sofrido e desolado sertão”, o sacerdote parece decidido a continuar esperando  pela ajuda dos líderes religiosos que, assim como o poder público, está tomado pela “insensibilidade da sociedade e das grandes mídias”.