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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Artigo do Pastor Ciro Zibordi









O perigoso culto ao “eu” do triunfalismo e do individualismo
Segundo a Palavra de Deus, não devemos nos conformar com o mundo (Rm 12.1-2), isto é, com as suas crenças, doutrinas, tendências, atitudes e filosofias, como: o hedonismo, o materialismo, o imediatismo, o ateísmo, o antropocentrismo, o machismo, o feminismo, o homossexualismo, etc. Neste artigo, discorreremos sobre os perigos do egocentrismo, do individualismo e, principalmente, do triunfalismo, os quais vêm fascinando cristãos desavisados.

Egocentrismo, à luz da psicologia, diz respeito ao conjunto de atitudes ou comportamentos de um indivíduo que se refere essencialmente a si mesmo. Essa tendência é contrária à Palavra de Deus, que condena a soberba, o orgulho, o egoísmo e o egotismo. Todos esses termos, com significações específicas, se inter-relacionam, designando o culto ao “eu”.

Quanto ao individualismo, trata-se da doutrina moral, econômica ou política que valoriza a autonomia individual, em detrimento da hegemonia da coletividade despersonalizada, na busca da liberdade e satisfação das inclinações naturais (Houaiss). É a tendência e a atitude de quem revela pouca ou nenhuma solidariedade e busca viver exclusivamente para si; também está associado à egolatria.

Foi o Diabo o primeiro a cultuar o “eu”, tentando, inclusive, igualar-se a Deus (Is 14.12-15 e Ez 28.15-17). Por isso, como o mundo jaz no Maligno (1Jo 5.19), as suas filosofias predominantes são o egotismo e o narcisismo — se bem que este último diz respeito principalmente ao estágio precoce do desenvolvimento psicossexual no qual o indivíduo tem a si mesmo como objeto sexual —, ambas condenadas pela Palavra de Deus (Lc 12.17-21; Gl 2.20; Jo 3.30; Sl 138.6; Ec 2.4-11; Lc 18.9-14 e 1Pd 5.5).

O termo “triunfalismo” diz respeito à atitude excessivamente triunfante; ao sentimento exagerado de triunfo. É a mais perigosa dentre as influências filosóficas em análise, posto que os falsos mestres a propagam encobertamente entre nós (2Pd 2.1 e At 20.30). E, como num círculo vicioso, os crentes desavisados, ávidos por ouvir palavras que agradem os seus ouvidos (2Tm 4.3), abraçam os mencionados egocentrismo e individualismo, bem como todo o tipo de influência egotista.

Muitos cultos, em nossos dias, são reuniões para “massagear” egos, tendo como objetivo adular, elogiar e melhorar a auto-estima dos crentes. A tendência é que esses irmãos se esqueçam de que são “vasos de barro” (2Co 4.7) e deixem de se humilhar debaixo da potente mão de Deus (1Pd 5.6), passando a ver tudo sob a ótica do triunfalismo. Isso é perigoso, pois a própria Bíblia assevera que no mundo temos aflições (Jo 16.33; At 14.22; Rm 5.1-6 e 2Co 4.16-17).

Quando um crente é estimulado a só pensar em bênçãos, torna-se cada vez mais egocêntrico e individualista. Ele não freqüenta as reuniões da igreja a fim de cultuar a Deus, e sim para satisfazer as suas necessidades. A sua fé é direcionada apenas à consecução de vitória, ignorando que os heróis da fé fecharam as bocas dos leões e escaparam da espada (Hb 11.33-34), mas também, pela mesma fé, foram maltratados, torturados, apedrejados, serrados e desamparados (Hb 11.25,35-38).

Segundo a teologia do triunfo, o crente deve “decretar”, “determinar”, “profetizar” bênçãos materiais e espirituais — nessa ordem — para a sua vida, além de exigir a saúde física como um direito. Tudo gira em torno da fé, vista como a mais importante virtude da vida cristã. Mas isso não é a fé saudável, bíblica, e sim a egolátrica fé na fé. Conquanto precisemos de fé para agradar a Deus (Hb 11.6) e sejamos vencedores, em Cristo (Rm 8.37 e 1Co 15.57), essa virtude sem as obras é morta (Tg 2.17,24,26; 2Pd 1.5-9; Ef 2.8-10 e 1Co 13.2,13).

Além de supervalorizar a fé, os triunfalistas apegam-se à maldição hereditária, à cura interior — isto é, à falsa cura interior —, à priorização da vitória financeira, a exageros no campo da batalha espiritual e à pretensa saúde perfeita. Para eles, o cristão só adoece se estiver em pecado ou dominado pelo Diabo. Ignoram que nem todas as doenças provêm do Maligno (Jo 9.3; 11.4; Sl 90.10; 2Co 4.16; 1Pd 1.24 e 1Co 15.54). Embora Jesus tenha poder para nos curar, segundo a sua vontade (1Jo 5.14; Mt 6.9,10 e 26.42), ainda estamos sujeitos às enfermidades (2Rs 13.14; 1Tm 5.23; 2Tm 4.20 e Sl 41.3).

Outro desvio triunfalista é a menção constante ao Diabo e seus agentes. Cantores e expoentes bradam: “Vou cantar para Satanás ouvir” ou “Vou gritar para sacudir o Inferno”. Certo pregador afirmou que a sua missão resume-se em “chutar a cara do capeta por onde passa”. Ou seja, como todas as coisas negativas seriam, supostamente, determinadas por Satanás, temos de dirigir-lhe palavras de ordem. Entretanto, devemos cantar para louvar a Deus; e pregar para “abalar” o coração dos pecadores!

De acordo com Tiago 1.14, quando pecamos, fazemos isso em razão de nossa própria concupiscência. É do coração que procedem as obras carnais (Mt 15.19 e Gl 5.19-21). Pôr toda a culpa no Inimigo e depois dirigir-lhe palavras de ofensa é fácil! Difícil é se santificar e resistir até ao sangue, combatendo contra o pecado (Hb 12.4,14).

Os triunfalistas gostam de bater no peito e dizer: “Eu sou vencedor”. Eles supervalorizam as suas declarações de fé e, por isso, vivem “profetizando” que o Brasil ou certa cidade são do Senhor Jesus... No entanto, se não houver compromisso com o Deus da Palavra e com a Palavra de Deus, nada mudará. Quantos já não “abençoaram” esse País?! Precisamos conquistá-lo pela pregação do Evangelho, e não politicamente, pois o Reino de Cristo é espiritual (Jo 18.36 e Rm 14.17).

Se não fizermos a nossa parte, é inútil “decretar” o fechamento de bares e casas de shows, e “profetizar” que cinemas e teatros só apresentarão pretensos filmes e espetáculos evangélicos. O triunfalismo não muda em nada as circunstâncias. Deus quer e pode mudar a situação desse País, mas fará isso por meio de intercessão, evangelização e influência do povo que se chama pelo seu nome (1Tm 2.1-3; 2 Cr 7.14-15; Jr 33.3; 29.13; 31.9; Ef 6.18; Jl 2.12,17; Mc 16.15 e Mt 28.19).

O triunfalismo afasta o crente da sã doutrina sem que ele perceba, levando-o a pensar que as aflições não são uma realidade da vida cristã (1Pd 5.8-10; 2Co 8.1-2; Rm 8.18; 2Co 1.6; 1Pd 2.19-21 e 2Tm 3.12). A nossa vitoriosa caminhada rumo ao Céu deve ser caracterizada pela renúncia do “eu” (Lc 9.23; Fp 3.13-14; 2Tm 2.3; 2Co 1.5 e 2.4). Portanto, lembremo-nos das palavras de João Batista acerca de Jesus: “... que ele cresça e que eu diminua”, Jo 3.30.

Ciro Sanches Zibordi
Artigo publicado no jornal Mensageiro da Paz, da CPAD

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Resposta do Pr Ciro Zibordi

Caro irmão Ciro,
A paz de nosso maravilhoso Deus Pai encontrada em nosso amável Senhor Jesus Cristo.

Tenho sido abençoado pela leitura desse blog, apesar de discordar de alguns pontos. E como você mesmo afirmou: os jovens que se apegam a Palavra nos dias de hoje são ridicularizados e zombados. Muitas vezes ou taxado de crítico e etc. Mas assim como você prefiro agradar a Deus a homens.

Umas dos tópicos que apreciei muito e o qual já vinham preenchendo meus pensamentos é o da exposição das músicas “evangélicas” à luz da inerrante Palavra de Deus. Por exemplo, tenho questionado duas músicas muito apreciadas pelo povo da igreja evangélica:
- Restitui: voltado ao bem-estar humano do que a humilde adoração de um Deus Soberano, Bondoso e Perfeito.
- Marca da Promessa: apesar de ser totalmente bíblico que temos o selo do Espírito, tenho percebido que essa música tem gerado crentes conspiracionistas.
Quiçá farei um dia uma análise bíblica dessas músicas em meu blog.

Gostaria de agora discutir o ponto que discordo em seu texto: o livre arbítrio
Antes me deixe fazer algumas ressalvas:
- sou jovem e ainda tenho MUITO a aprender. E profundamente e temerosamente desejo isso.
- a única fonte de perfeição doutrinária é a Bíblia. Nem eu, nem o senhor. E tenho certeza que você concordará comigo neste ponto.
Bom, então serei breve (o que o devido assunto infelizmente não permite):

Como está escrito: “Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer”.
“Suas gargantas são um túmulo aberto; com suas línguas enganam”
“Veneno de serpentes está em seus lábios”
“Suas bocas estão cheias de maldição e amargura”
“Seus pés são ágeis para derramar sangue; ruína e desgraça marcam os seus caminhos, e não conhecem o caminho da paz”.
“Aos seus olhos é inútil temer a Deus”. (Romanos 3: 10-18, NVI)

A pergunta que tenho é: como esse texto de Romanos, escrito por Paulo, quando este discursava sobre salvação e graça de Deus, encaixa-se na sua visão sobre o livre-arbítrio?

Espero que você como amante da Palavra de Deus pense no assunto e não se sinta o dono da verdade, assim como nos desafiou a fazer. E siga seu próprio conselho: “caro irmão, seja humilde para reconhecer o seu equívoco interpretativo” caso conclua que você estava equivocado.

Obs: por favor, evite fazer generalizações, ou quando fizer sempre use ressalvas (pelo menos este é o meu ponto de vista). Conheço muitos calvinistas apaixonados por Cristo e pela Bíblia, assim como conheço muitos arminianos deste modo e muito que nem sabe quem foram esses dois. Contudo esses termos (calvinistas e arminianos) são simplesmente termos que denotam correntes teológicas. Sim eu sei que há exageros. Por isso concordo com você: sejamos cristãos.

Obs: o fato de a Bíblia conter pontos complicados não significa que esses pontos não devam ser examinados e bem examinados e interpretados, nem deixam de ser inspirados ou doutrinários. Não sei se essa é a sua posição (pessoalmente, creio que não), mas muitos poderiam pensar desta maneira.


No Amor e na Verdade que nos une,
Vinícius
(-V-)
09 Julho, 2008
Ciro Sanches Zibordi disse...

Prezado Vinícius,

A paz do Senhor!

Louvei a Deus por ter sabido que o irmão vem sendo abençoado pela leitura desse modesto blog, ainda que discorde de alguns pontos contidos em meus artigos.

O irmão diz que gostaria de discutir um ponto que discorda em meu texto: o livre-arbítrio. Mas, com toda a sinceridade, não pretendo transformar essa postagem em uma interminável discussão ou debate sobre calvinismo versus arminianismo ou soberania de Deus versus livre-arbítrio, como tenho visto na grande rede.

Meu propósito é apenas apresentar o que tenho recebido como verdade da parte de Deus, por meio de sua Santa Palavra. É como se fosse uma pregação expositiva sobre o assunto. E quem quiser discordar, que discorde, mas não publiquei o texto com a intenção de dar início a um debate. Aliás, nem preciso fazer isso, haja vista a grande quantidade de tópicos no Orkut sobre essa questão.

De fato, está escrito que não existe nenhum justo, nem um sequer, e que não há ninguém que entenda ou busque a Deus. Todos, verdadeiramente, se desviaram, tornando-se inúteis e imundos (Sl 14.2,3; Is 60.6; Pv 20.9; Is 51.5; Rm 3.23; 5.12, etc.).

Entretanto, a Queda, apesar de seus efeitos deletérios, que comprometeram em parte o livre-arbítrio, não o invalidou por completo, como demonstrei à luz da Palavra de Deus.

Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para como todos usar de misericórdia (Rm 11.32; 1 Tm 2.4). O ser humano por si mesmo não pode entender os mistérios da salvação, mas quando ele, mediante o livre-arbítrio, abre o coração para o Senhor Jesus, o véu é tirado de seu coração (1 Co 2.10-15; 2 Co 3.1ss; Mt 11.25; Sl 24.15).

O texto de Romanos 3.10-18 evidencia a terrível situação do pecador não-regenerado (Is 1.5,6), mas em momento algum invalida a doutrina do livre-arbítrio, exposada em toda a Bíblia. Basta estudá-la, sem preconceito, para entender que o Senhor respeita, sim, as escolhas humanas (Mt 10.32,33; Lc 9.23; Ap 22.17; 2 Cr 15.2).

Sabemos que tudo vem de Deus, até mesmo a nossa capacidade de se arrepender (At 11.18; Ef 2.8-10; Tg 1.16), haja vista termos sido dotados de intelecto, sentimento e vontade. O que é o verdadeiro arrependimento, senão o emprego de todas essas faculdades no reconhecimento de nossa pecaminosidade?

A parábola dos dois filhos (ou do filho pródigo) ilustra muito bem a doutrina da livre-vontade humana. O rapaz refletiu, reconheceu, resolveu e agiu (Lc 15.1ss). Só depois disso que o pai foi ao seu encontro (Tg 4.8). Deus respeita o livre-arbítrio e não se vale da presciência para condenar pessoas arbitrariamente.

Não me considero dono da verdade, diferentemente de boa parte dos predestinalistas. Antes, reconheço que a soberania de Deus não invalida a doutrina do livre-arbítrio. E isso é, incontestavelmente, bíblico, como foi demonstrado no artigo que gerou o seu comentário.

Eu não proponho, ainda, que os pontos complicados não sejam bem examinados e interpretados, mas não tenho dúvidas de que a palavra final não é dada nem por calvinistas nem por arminianos. Por isso, esses "rótulos" caem por terra ante à infalibilidade das Escrituras (1 Pe 1.23,24; 2 Pe 1.20,21; 2 Tm 3.16,17).

Em Cristo,

CSZ
09 Julho, 2008










Desde os tempos dos apóstolos existem indoutos e inconstantes que torcem as Escrituras para a sua própria perdição (2 Co 2.17; 2 Pe 2.1-3). E o que nos chama a atenção é que muitos falsificam a sã doutrina em razão de não entenderem certos pontos difíceis (2 Pe 3.16).
Qual tem sido a sua postura ante os pontos da Bíblia que você julga difíceis? Lembre-se de que a Bíblia é a Palavra de Deus sempre, entendamos ou não a sua mensagem.

Você não entende a Trindade? Mas ela é bíblica!

Você pode até não entender a doutrina da Trindade, mas isso não lhe dá o direito de abraçar o falacioso unicismo e sair por aí cantando, pregando e escrevendo contra uma doutrina cristalina e incontestável da Palavra de Deus. Afinal, a fé deve preceder a razão, principalmente em assuntos que transcendam o nosso entendimento (1 Co 2.14,15).
“Ah, isso é questão de interpretação” — alguém dirá. Mas eu lhe pergunto: Onde e com quem você aprendeu que Deus não é trino e que, sendo uma única Pessoa, ora manifesta-se como Pai, ora como Filho, ora como o Espírito Santo? Por que não crê no que a Bíblia diz claramente? O Senhor Jesus não disse, em Mateus 28.19, que o batismo em águas deve ser ministrado em nome da Trindade? As Escrituras não lhe são suficientemente claras quando mencionam a bênção apostólica, em 2 Coríntios 13.13, pela qual o Filho, o Pai e o Espírito Santo (nessa ordem) são apresentados como três Pessoas distintas?
Não me diga que você usará a lógica humana e simplista para dizer que o termo “trindade” não está na Bíblia! É óbvio que não está, assim como as palavras “onisciente” e “onipresente”. Contudo, Deus é onisciente, onipresente e trino, segundo a inerrante Palavra de Deus. Por que negar a Trindade? O próprio Senhor Jesus, o Deus Filho — a quem você diz honrar — se referiu ao Pai celestial diversas vezes (Mt 7.21; 11.25; Jo 14.16). Ele mesmo pediu ao Pai que enviasse outro (gr. allos) Consolador! Outro porque todas as três Pessoas da Trindade são consoladoras.
Por que Estevão viu o Senhor Jesus à direita de Deus, se não existe Trindade? Em Atos 5, vemos que Ananias não mentiu aos homens, e sim a Deus (v.4). E as suas palavras de engano foram proferidas ao Espírito Santo (v.3). Nesse caso, o texto, além de mostrar, de modo direto, que o Espírito Santo é Deus, enfatiza indiretamente que Ele é uma Pessoa. Por quê? Porque ninguém mente a uma coisa ou força impessoal, não é mesmo?
Diante do exposto, o cristão que nega a doutrina da Trindade, por mais fervoroso e piedoso que aparente ser (Mt 7.15), rejeita a Palavra de Deus (Gn 1.1,26; Dt 6.4; At 7.55; Rm 5.1-5; 1 Co 12.4-6), o Senhor Jesus e o Espírito Santo (Mt 3.13-17). Que tipo de cristão é esse?

Você não entende o batismo com o Espírito Santo? Mas ele é bíblico!

Sei que vários irmãos cessacionistas zombarão do que escrevi, mas talvez alguns abram mão de suas posições pessoais, a fim de aceitarem a multiformidade da obra do Espírito Santo (1 Co 12.4-11). A Palavra de Deus apresenta claramente tanto o batismo do Espírito, que diz respeito à inserção do novo crente no Corpo de Cristo (1 Co 12.13), como o batismo com o Espírito, um revestimento de poder para quem já é salvo (Lc 24.49; At 2.1ss).
Qual é a finalidade desse revestimento de poder? Em Atos 1.8, o Senhor Jesus responde — eu disse: “o Senhor Jesus responde” — a essa pergunta: “... recebereis a virtude do Espírito Santo... e ser-me-eis testemunhas...” Por que rececemos o dunamis, o poder dinâmico do Espírito? Para sermos melhores testemunhas de Cristo! Portanto, caros cessacionistas, o batismo com o (ou no) Espírito Santo não é para ser salvo. Não o confunda com o selo ou batismo do Espírito (Ef 1.13,14). Não é porque você não entende a multifacetada obra do Espírito, que ela não seja real. Ademais, a Palavra de Deus não nos autoriza a desprezar as profecias, tampouco a apagar o fogo do Espírito (1 Ts 5.18-20).

Você não entende o livre-arbítrio? Mas ele é bíblico!

Certos irmãos predestinalistas têm zombado de quem crê na doutrina bíblica do livre-arbítrio. E o que eles mais gostam de fazer é ridicularizar os seus irmãos que crêem de maneira diferente, taxando-os, desdenhosamente, de arminianos. Alguns chegam ao ponto de crer mais em Calvino do que no Senhor Jesus! Ora, o certo é examinarmos tudo e retermos somente o bem (1 Ts 5.21).
Entenda você ou não, o livre-arbítrio é uma verdade bíblicocêntrica e cristalina. E foi Deus quem dotou o ser humano da livre-vontade (Gn 3). Mesmo depois da Queda, e os efeitos deletérios advindos dela, o ser humano continuou com esse atributo (Dt 30.19; Is 1.18,19). E a condição hoje para a salvação em Cristo é — mediante o livre-arbítrio — arrepender-se e crer no evangelho (Jo 3.16,36; Mc 16.16; At 3.19; Rm 10.9,10; Ap 22.17). Não é o fato de você não entender certos pontos difíceis da Bíblia que os invalidam ou lhe dá a liberdade para seguir à sua lógica.
É óbvio que não desprezo os teólogos e suas ponderações. Até porque sou um grande apreciador do labor teológico. Mas precisamos de menos teólogos e filósofos, e de mais amantes da Palavra de Deus, os quais sabem que interpretar a Bíblia nada mais é do que, mediante à iluminação do Espírito Santo (1 Co 2.9,10), extrair dela as verdades reveladas (Dt 29.19; Rm 8.18; Ap 22.18,19). Esse é, inclusive, o sentido do termo “exegese”.
Portanto, caro irmão, seja humilde para reconhecer o seu equívoco interpretativo. Esqueça-se desses “rótulos” que muitos hoje apreciam, pelos quais promovem debates inúteis, como: “Trinitário ou unicista?”, “Cessacionista ou continuacionista?”, “Arminiano ou calvinista?” Siga a Bíblia! Ame a Palavra de Deus! Prefira ser um cristão (1 Pe 4.16) que ama as Escrituras, mesmo que não consiga entender claramente certos pontos difíceis contidos nela (At 17.10,11; 1 Co 4.6).
Amém? Nem todos podem dizer “amém”...

Ciro Sanches Zibordi